segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Os Primórdios da Aventura

        Começa como um desejo, ficando latente por meses, talvez anos. Torna-se uma alternativa, apagada e esquecida, para retornar só quando realmente puder. Semeando a ação, colheita futura há de brotar.

        Algo para contar, algo para fazer. Cansado da rotina, instaurada pelos dias que vem e vão, pelas semanas que passam, e você só reage aos compromissos. Uma hora a oportunidade se fecha, e mesmo enquanto aberta, talvez pareça difícil passar. E talvez tenha-se pouco tempo, hora do planejamento começar.

        No banho, dentro do ônibus, antes de dormir, os pensamentos fluem conforme a imaginação projeta o futuro, o futuro possível, como será, o que farei, a sequência, lá tudo flui perfeitamente, qualquer incômodo pode ser ignorado como uma possibilidade ruim.

        O futuro imaginado deve ser planejado, os mapas impressos, os preços estipulados, os cronômetros acertados. Improvisação consegue suprir as lacunas, mas deve haver uma linha, algo sólido para improvisar com mais chaces de sucesso.

        Mas sabe, seria egoísmo. Fazer só para mim, mas isso é algo que deve ser feito só para mim, não afetarei ninguém realmente. Certas coisas não precisam ser compartilhadas, e outras, como nesse caso, podem ser compartilhadas mais tarde, depois de usufruídas a sós.

        Viajar sozinho seria egoísmo. Viajar sozinho sem permissão dos pais, deixando-os preocupados e desolados pelo período da travessia, seria um tremendo egoísmo. Fazer o que, histórias egoístas sempre soam melhor. Viver histórias egoístas geralmente parecem melhores. Não deve tornar-se um costume, mas variar a vida faz parte de viver. Além disso, preocupar alguém é uma ação mútua, não é só culpa minha. É como um soco que só pode ser sentido se o alvo quiser.

        Hora de planejar. Dia 13 de janeiro de 2012, uma sexta-feira treze. Assim livro-me de qualquer culpa, culparei o azar por qualquer infortúnio, e o desprezarei se a empreitada for bem sucedida. Preciso coletar informações, programar eventos e escrever uma longa carta. Hora de começar a planejar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Coincidências ruins?

       As músicas perderam a magia inicial, os filmes não entretêm como antes, o céu desbotou do seu azul, o mar é só água, as árvores são paisagem, a paisagem é indiferente, as estrelas não passam de pontos luminosos, coisas bonitas são distrações, os dias são rotineiros, as horas passam normalmente, o tempo passa.

       Qual seria a causa? Pode ser o simples fato de que tais coisas se tornaram banais e não são mais especiais, já vivi bastante para enjoar delas? Ou é devido a falta de outras coisas que aconteceram ou deixaram de acontecer? Nesse ultimo caso seria difícil ter certeza, afinal pode ter sido apenas uma coincidência ruim.

       Mas um dia vou saber a resposta. =)

sábado, 17 de setembro de 2011

Quando a Inércia Ausentou

Continuação de: Quando o Pêndulo Cessou

       Tudo era branco, tudo era preto. O tempo passava rápido demais, o tempo sequer passava, o tempo não existia. Não se podia dizer a sucessão de pensamentos que não existia, nada podia ser observado, não havia sentidos para que a consciência pudesse perceber algo, mas nada existia, então mesmo que houvessem sentidos, eles estariam anulados.

       Aquilo era o nada, não chegava nem a ser um vazio, era um nada.

       E do nada, algo se formou. Não há como explicar. Talvez fosse simplesmente uma perturbação vinda de outra dimensão, algo assim. A inércia indicava manter o nada como nada, para sempre. Mas não foi isso que aconteceu.

       É estranho pensar na criação do tempo. Afinal não há como usar expressões como: "em um piscar de olhos", "ao longo de...". Só sabe-se que começou como um tique-taque espacial, que agora começava, podia-se contar 1, 2, 3, se houvesse algo para contar e algo para ser contado. Como não havia matéria, o tempo reinava sobre o nada, e assim não era tão poderoso. Do mesmo jeito que o tempo veio, a matéria veio, explodiu em mil pedaços, de alguma forma, espalhou-se pelo espaço que ela mesmo gerou.

       Existiam algumas leis, ninguém sabe quem as fez, ou o que eram de verdade. Elas permitiram que esses pedaços formassem corpos, celestiais. Esses corpos emitiam luz, outros não, todos se atraíam. Diversos agrupamentos foram formados. Era uma visão nebulosa, de diversos pontos luminosos, que iam do infinito até quem pudesse ver.

       Em um pequeno ponto, tão pequeno que é impossível comparar com qualquer coisa que conhecemos. É muito menor do que um grão de areia comparado ao sol, ou do ódio comparado ao amor verdadeiro. Neste pequeno ponto do universo, criou-se um potencial. Um pequeno planeta que tinha características que possibilitavam vida baseada em carbono, só faltava um centelha que desse vida a um conjunto de proteínas.

       Essa centelha se deu, ninguém viu como... talvez um raio. Talvez uma descarga, talvez tivesse vindo de outro pequeno ponto do universo, aonde esse processo já tivesse acontecido. Mas aconteceu, e assim, surgiu um ser novo nesse universo. A última palavra em complexidade material, a vida. Essa inovação talvez nem fosse a primeira a ser feita, talvez em outro universo, ou mesmo outra parte deste mesmo universo, já existisse a "vida". Porém ninguém havia patenteado esta invenção, ela estava livre para evoluir neste planetinha.

       Muito tempo se passou, nada de importante acontecia. A olho nu (se este já existisse) não daria para se ver nada... seria muito mais agradável e prudente admirar a imensidão do universo, as nebulosas que parecem mais aconchegantes do que o clima ácido de um planeta. Enfim, enquanto a vida evoluia, o universo só continuava, em sua simples inércia, guiada por suas leis.

       Enquanto isso, a consciência estava lá. Talvez tenha se ligado a algum objeto, um meteoro, algumas moléculas, mas nada disso podia aprazer todo o seu potencial, ela queria sentidos para sentir, queria lembranças para guardar. Nada disso podia ser feito enquanto se conectava e existia como simples materiais.

       Mas naquele pequeno ponto do universo a vida chegava a criar sentidos, podia começar a guardar lembrança, em pouco tempo talvez pudesse cumprir quase todos os potenciais desta consciência. Mas esta consciência ainda não estava ciente deste lugar, ia sem destino nem razão, atravessando todo o cosmos, simplesmente existindo.

       Formava-se então, dentro de um útero humano, um novo ser. Este novo ser já estava vivo, mas ainda não possuía uma consciência. Por meio do acaso, ou de alguma intempérie a consciência se fundiu neste novo ser. Agora ela estava condicionada, submetida, presa à ele. À deriva dentro de um caldo de emoções, sentidos e memórias que viria a ter. Ele nasceu. Era o final de todo um processo, o começo de outro.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando o Pêndulo Cessou


       O dia estava mais claro do que o normal. Os raios do sol se entrelaçavam entre a poeira que flutuava naquele cômodo mal-ajambrado. De certa forma desarrumado, por outro lado sujo, o dono certamente não tinha a organização de seu quarto como prioridade.

       Os olhos se abrem, as pupilas dilatadas diminuem até se adequarem à iluminação indireta do sol. Os feixes que passavam pela persiana semi-aberta aqueciam em faixas o lençol. O sujeito levantou num pulo ao perceber que estava acordado, lembrar quem era e o que tinha que fazer no dia.

       Seria um grande dia. Anos de pesquisas, o que seria um eufemismo para o trabalho de toda uma vida, todos concentrados no que resultaria deste dia. Livros grossos foram lidos de fio a pavio, outros escritos. A fórmula que este sujeito estaria prestes a atingir possibilitaria a vivência infinita, ele estava certo de que teria sucesso em sua empreitada.

       Arrumou-se sem perceber, estava a caminho da universidade, onde, em seu laboratório, estava sendo sintetizado algum tipo de elixir. Um líquido fosco, verde fluorescente escorria do funil que afunilava-se em algo do diâmetro de uma agulha, pingando pequenas gotas em períodos regulares. Em 13 minutos haveria quantidade suficiente para obter o efeito desejado, só bastaria ingerir e esperar a reação corpórea, que demoraria cerca de 5 minutos.

       Diversas contradições permeavam a teoria do sujeito. Diversos colegas alegaram insanidade, que sua pesquisa era totalmente fantasiosa, ele nunca conseguiria atingir seu objetivo. Mas ao contrário da opinião popular, ele estava totalmente crente de que, estando certo, conseguiria.

       Havia um único risco. Ao beber o "elixir da vida eterna", como apelidou sua invenção/descoberta de forma evidentemente não criativa, podia perder sua consciência. Tornar-se um zumbi reativo, que seria guiado totalmente pelos seus sentidos e emoções, não haveria no que pensar, não haveria escolhas a fazer, ele não estaria vivo, apenas existiria.

       Isto porque o elixir transportaria a consciência humana para um plano dimensional diferente, sendo assim indestrutível na sua dimensão original, pois só haveria uma conexão entre esta dimensão consciente com os sentidos e espaço físico da dimensão atual, mesmo que o corpo físico fosse esquartejado, a consciência ainda existira, só perderia seus sentidos e suas lembranças. Nesta nova dimensão não existiria tempo, apenas um espaço, e este seria completamente composto pela consciência do sujeito.

       Caso a conexão entre esta dimensão e a dimensão física do mundo se desfizesse, a consciência ficaria presa na dimensão. Sem nada, sem sentidos em que atuar, sem lembranças para rever. Seria uma existência infinita e indiferente, não haveria sentimentos, não haveria nada. Ele estaria morto, ele morreu, mas continuava existindo... Para sempre.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Esses últimos dias

        Eu andava ansioso mas temeroso, como seria? Os fones apenas me acalmavam. No final não foi nada demais, foi como outro dia na escola em que de repente coisinhas engraçadas acontecem, um sorriso, alguém comete uma gafe, todos riem. Alguns permanecem calados, claro, talvez não seja de sua natureza rir simplesmente com coisas fúteis e inconsequentes, mas sabe, a própria alegria consiste de tais coisas, desde que não humilhe ou prejudique ninguém, é importante encontrar diversão em coisas simples e pequenas. Não perder tempo com elas, mas aproveitar o tempo.

        Então as pessoas continuam, um lado para o outro, tem de cumprir suas responsabilidades, nem sabem mais se estão cumprindo para si mesmas ou para outras pessoas. Isso tudo é muito estranho, é uma espontaneidade forçada, é um estudo laborioso, não é um prazer libertário. Então continuo, sobrevivendo socialmente, pelos restos que deixam. Ninguém se importa. Porque deveriam?

        Fui comprar um sanduíche, ele estava muito bom. Então porque não viver de bons sanduíches? Não, eles engordam, logo depois alguém virá dizer: Hein, você está meio cheinho.
Sabe, na verdade e isso, as pessoas deviam ser sinceras, dizer o que acham das outras, talvez assim elas se toquem. É impossível não julgar, dizer o julgamento é opcional, mas o que realmente influencia uma atitude prepotente é a relação do julgamento. Se você sempre acredita que o seu julgamento é verdadeiro, você é preconceituoso e julgador, e a maioria das pessoas. Mas se você aceita o seu julgamento como uma impressão e não como uma verdade, você então se torna útil às outras pessoas, e talvez ele venha a se tornar verdade.

        Então os prazeres banais da vida, parar de comer, simples como um toque. Porque há tanta discussão sobre o assunto, é tão simples, pura força de vontade. Controle da mente sobre o corpo. Controle da alma sobre a mente. Acreditar que tudo acaba na extensão da matéria e da percepção é ser racional e realista, é não ter fé, é ser totalmente incrédulo. Talvez seja a forma mais próxima de atingir a verdade, mas não de atingir a felicidade. E os seres-humanos não foram feitos para coexistir com a verdade real, só com a verdade que querem acreditar, a mera ficção que lhes aparece como verdade e lhes satisfaz se for verdade, portanto deve ser verdade.

        Caminhando até a livraria, livros, conhecimento... expansão. Ler e aprender, ler para saber, ler para ser... E assim talvez quando pare para analisar, o que sou, possa dizer: Sou o que li, sou alguma coisa. Posso não ser eu mesmo, mas eu mesmo não sou nada, eu mesmo não passo de algo a ser alguém. Eu mesmo não existe.

Provas mínimas

        Deixar alguém passar na fila, ajudar alguém cuja bicicleta quebrou, procurar saber o que está errado, cessar a solidão por simples reconhecimento da carência. Talvez não agrade a todos em determinado momento, mas ao menos demonstram pequenas provas de que talvez haja esperança. Mas não contrapõem as provas máximas de que a crueldade, egoísmo e ódio são a base da humanidade.

Se sente bem?

       Sentir. É diferente de estar.

       Provavelmente estaria mais cofiante e certo se tivesse teses e conceitos em que me apoiar. Tipo sense datum ou solipsismo. Mas sabe, sou meramente um ignorante mediocre. Devo ver o mundo com as minhas limitações. E o que eu vejo. Um mundo baseado nos sentidos, um mundo aonde estar bem significa sentir-se bem. Ó, até faz sentido. Os sentidos tentam interpretar o ambiente e o que ele nos condiciona. Se nos sentimos bem, é porque o ambiente nos faz assim, e portanto há grandes chaces de estarmos bem.

       Mas existem tantas ilusões, tantas drogas, tantas distorções que fica difícil afirmar: Me sinto bem, logo estou bem.
Há um reducionismo, tão abrangente, aos sentidos. Porque realmente é uma das únicas formas "táteis" que temos entre o nosso ser e a realidade. Por que ela seria falsa? Por que me enganaria?

       Talvez não seja, talvez o mundo não passe daquilo que podemos sentir, e que tudo que podemos perceber é efetivamente tudo que existe. Mas acreditar nisso pode levar a uma estigmatização da diversão. A um senso de que sensações representam a realidade, sentimentos representam as relações. Não, são só impressões.

Alguém um dia disse...

Que todos sãos maus, não há bondade no mundo.
Que o mundo será sempre o mesmo, não há como mudá-lo.
Que ideais são coisas que colocam na sua cabeça.
Que tudo que você considera certo é relativo, e em outra época seria diferente.
Que o mundo foi feito pra você, use-o ao seu bel-prazer.
Que morrer depende do que você acredita e não há verdade quanto a isto.
Que nascer é o acaso se você quiser, não há o que fazer.

Que a mediocridade permeia a todos e pouquíssimos escapam dela, e provavelmente serei apenas outro a não conseguir.

E o pior: Talvez eles estejam certos.

domingo, 4 de setembro de 2011

Mais um Mês foi embora outra vez

       Parece que foi ontem que escrevia um post sobre o mês passando, fico impressionado que já tenha que escrever de novo e ainda estou atrasado cerca de 4 dias.

       Esse mês de agosto foi, vamos dizer, revigorante. Talvez tão bom quanto o de junho. Teve shows, passeios, novas pessoas e etc. Tudo normal. Mas só isso mesmo. Já passou, agora estamos em setembro, mês 9, já. Só faltam 3 meses para o final do ano, e aí, são 12 semanas, só doze semanas, como assim doze semanas, 2011 porque você fez isso? Só porque no começo você passava devagar e prazeirosamente, agora você deve passar como um jato?

       Ano que vêm, que merda, é o último ano da escola, como assim? Porque eu já tenho 16 anos, eu deveria ter 15, 15 para sempre.

       Idade é interessante, parece que não faz a diferença, são apenas números. Mas indicam algo, indicam seu tempo de permanência aqui, e isso pode lhe dar méritos, isto é... em tão pouco tempo você pôde fazer e ser tais coisas, que geralmente requerem mais tempo. Mas agora, sou apenas alguém de 16 anos, fazendo coisas de pessoas de 16, sendo alguém de 16 anos... Que mérito isso tem. Eu deveria ler mais, mas para quê? Simplesmente para receber algo parecido com: "Nossa você só tem 16 anos e já...balbaabalbalabla?". Não há muito sentido, o problema são as responsabilidades que se multiplicam sem demora, que sinto mesmo antes de recebê-las.

       É horrível essa coisa de o tempo passar. O único jeito de esquecer é estar feliz. Não que eu esteja triste, só não estou feliz.

Descontração em pensamentos aleatórios

        Ás vezes é bom ler um texto que não siga uma linha, não tenha começo, meio em fim... seja mais apenas meio, meio e meio. Não diga nada além do que quer dizer. Um texto que misture palavras e não se importe com o entendimento, mas apenas com o que quer passar. É estranho, mas é legal. Vou tentar fazer alguns, talvez.

sábado, 3 de setembro de 2011

Fases, Infância e Consciência

       Nunca pude perceber com tanta clareza como a vida é formada por fases diversas, como existe na linha do tempo pontos-chave que mostram uma mudança no comportamento e na vida em geral. As vezes por ações individuais, as vezes algo/alguém de fora que influencia na sua vida, e ela muda... as vezes um pouco, as vezes totalmente.

       Nunca pude perceber tanto como agora esse fenômeno, e isto se deve ao fato de que  minha infância e pré-adolescência parecem nebulosas, estranhas e delas não consigo determinar muito linhas de tempo, decisões importantes ou coisas que tenham alterado minha vida. Vou tentar explicar o que a infância e pré-adolescência são na minha memória.

       Sabe quando você lembra de um sonho? Você sabe o que aconteceu nele, sabe que você participou dele (era o protagonista) mas ainda assim não tem muita noção das coisas, as coisas não fazem muito sentido, você vê as suas ações e sabe que elas partiram de você mas não sabe muito porquê, parece que foi algo inconsciente, como se você não estivesse realmente no controle ainda. Então é assim que foi, eu sinto que a partir dos 15 anos mais ou menos, aconteceu algum tipo de revolução na minha cabeça e a consciência ganhou o controle total (?).

       Num período curtíssimo de alguns meses eu passei a ver tudo com tanta clareza, e tive noção de controle, percebi que minha ações afetam minha vida a curto, médio e longo prazo, e nunca tive tanta certeza em minhas decisões, porque mesmo quando tratava de algo incerto, ao menos eu sabia que a escolha era a mais consciente possível, uma certeza incerta. Esse sentimento de domínio sobre mim mesmo causou tamanha êxtase que ficava feliz apenas por estar consciente, sentia que controlava uma parte do mundo, que tinha em mãos algo pró-ativo e não reativo.

       Enfim, provavelmente mais revoluções acontecerão na minha cabeça, e eu só vou perceber que este sistema atual de consciência é maquiado, que não estou realmente no controle, apenas sinto que estou. Porém acredito que talvez o que aconteça não sejam revoluções, mas aprendizado, isto é... agora que o meu sistema consciente está no controle, basta ele ter informação e experiência para se tornar cada vez melhor e eficiente, os acertos de hoje serão os erros de amanhã, mas isso não indica uma falta de consciência, mas sim de informação e experiência.

       Só por poder contemplar tudo isso me sinto plenamente consciente, por contemplar minha consciência me sinto consciente. Mas não é só isso, minha consciência ainda está subjugada a outras influências, como desejos e etc... e destas influências nunca vou me libertar, e exatamente isso que faz de agir conscientemente um desafio constante, lidar com tudo isso.

       Então concluindo, quando ganhei a consciência, percebi que as fases são geradas por essas influências externas sobre a minha consciência. O modo como eu ajo varia enquanto o tempo passa conforme influências variam, então no final eu estou apenas reagindo, reagindo conscientemente, mas continua como um tipo de reação. O único ponto exclusivo é quando ações conscientes geram influencias sobre a consciência, então é a própria consciência influenciando a si mesma, sendo assim ela está agindo e não reagindo.

       Mas raro é o quando acontece esse ponto. A auto-disciplina é difícil e ineficiente, assim como decisões que mudem radicalmente o ambiente geralmente são avaliadas de forma inconsciência mas sob muitas influências externas e portanto no final tornam-se reações e não decisões, raramente há um livre-arbítrio não determinado, e se quiser radicalizar, o livre-arbítrio sequer existe, é tudo determinado.

       Mas prefiro acreditar que estou no controle, porque sinto estar, então ainda consigo acreditar nisso.

Declaração Corretiva: Formspring

       Venho só para dizer aqui minha opinião atual e tentar argumentar sobre a hipocrisia aparente mas não real.

       Alguns meses atrás postei minha opinião sobre algumas redes sociais, entre elas o formspring: http://devianismo.blogspot.com/2011/05/privacidade-estimula-socializacao.html

       Minha análise foi extremamente pequena e limitada, não soube avaliar todas as possibilidades e pontos.

       Portanto hoje, sendo usuário assíduo do formspring, declaro que considero-o uma ferramenta e rede social interessante e divertida. Mas não porque refuto meus argumentos anteriores (atacando o uso do formspring para fazer perguntas simples e idiotas, que deveriam ser feitas de modo privado e não aberto como nesta rede social), mas sim porque encontrei outros usos para ela.

       Além de poder ser usada para humor e sarcasmo, há também a possibilidade de expressar a opinião sobre fatos importantes ou interessantes. As perguntas mais simples e idiotas costumo responder com sarcasmo e raramente expresso minha verdadeira opinião, pois ainda acho que quem quer sabê-la deve fazer perguntando diretamente para mim.

       Viva o formspringles

Dia à Dia, Esquecer a Rotina, Dia à Dia

        Esta é uma temática que está demasiadamente presente, e com certeza cansada. Não há muito mais o que falar do sentimento "está passando". Porém ele continua presente e sem diminuir em intensidade.

        Descobri maneiras de combatê-lo:

        Agir de forma a esquecer a rotina, o que é a forma mais efetiva porém impraticável, é algo esparso que só pode acontecer de vez enquanto. Shows, pessoas, eventos interessantes não acontecem toda hora, mas quando acontecem fazem você esquecer o dia à dia, e isto dura por vários dias, mas depois passa e volta o sentimento.

        Agir de forma a aproveitar a passagem do tempo e não sentir que o tempo está passando, mas sim que está sendo usado. Talvez seja a maneira mais viável, porém no momento de agir a tendência é protelar ou não usar o tempo, apenas consumi-lo sem maiores consequências. Imediatismo. Ao menos se eu agisse desta forma ao sentir o tempo passando, teria prazer em contemplar o que fiz com ele. E como é inevitável o tempo não passar, talvez esta seja a maneira mais sensata.

        Ignorar, tentar ignorar, porque na verdade é difícil agir com indiferença à passagem do tempo, a contagem dos dias e tudo inerente a isso. Mas pode funcionar por certo tempo, funciona realmente. Se ocupar, distrair-se do tempo, é bom. O problema consiste caso isto mude, e de um momento para o outro você torne-se ciente ao tempo, e assim provavelmente lamentará não ter escolhido a opção anterior e agora é tarde demais, ou precisará de muito mais esforço para compensar.

        Fixar objetivos prazerosos, felizes e atrativos. Algo que sirva de combustível e faça com que você de certa forma deseje o tempo passar, se renda à rotina como forma de meio ao fim desejado, e não veja problema no dia à dia... tentando moldá-lo de forma a tornar o fim melhor ainda. O difícil é achar tais objetivos, é quase impossível auto-impô-lo, geralmente será algo vindo de fora para com você.

        Enfim, preciso tentar colocar em prática um destes meios.

Tensão?

        Apenas ressaltar que revendo as últimas postagens do blog, constatei que houve uma ligeira fixação em determinado clima-tema, e também muitas citações direcionadas. E penso que posso ter talvez assustado (?) minha única leitora, pelas declarações que fiz e direcionei.

        Enfim, não há nada com se preocupar. Do mesmo modo como você (sim esse você é muito estranho, porque eu sei com quem estou falando, é com a única pessoa que lê isto aqui, e mesmo assim acho tenso, e acho que deve ser pior ainda para quem lê) me disse que usava o blog para extravasar certos sentimentos e pensamentos que lhe afligiam momentaneamente e que nem causavam tanto dano a vida quanto as postagens faziam parecer, estou utilizando no mesmo método.

domingo, 21 de agosto de 2011

Devaneio Doloroso

        No momento que começa você procura as soluções, o que posso fazer para contê-la, para cessar com a dor? Com o tempo, a dor sempre aumenta no começo, ela é nova e você não está acostumado. As esperanças estão acima do que deveriam estar, afinal é só o começo, é melhor pensar que logo passará.

        A dor pode estalar as vezes, lágrimas podem rolar sem perceberes. No começo as lágrimas rasgam ao escorrer, com o tempo se tornam tão comuns quanto os pingos da chuva. Distrair-se necessita de tamanho empenho que não deveria merecer a denominação de distração, você sempre se foca na dor, e para esquecer dela o máximo que pode-se fazer é colocá-la em segundo plano, ela não desaparece, mas não é mais o centro de tudo.

        As soluções começam a parecer improváveis, a dificuldade para acabar com isso começa a desanimar. Você começa a tentar conviver com a dor, se aproxima dela e oferece provas de amizade, é mais uma submissão do que um acordo. No final isso não facilita em nada, saber que há de conter a dor por um tempo indefinido não faz com que você possa conviver melhor com ela. Na verdade esta estadia indeterminada dela por sua mente, corpo e/ou alma irá apenas amplificá-la.

        Você pode tentar inutilmente conter a dor com o prazer, ou a tristeza com a felicidade. Mas a verdade é que não há como subtrair tais coisas, os opostos delas são de grandezas diferentes de forma que apenas acrescentam. Você ainda vai se sentir triste mesmo feliz, e ainda vai sentir a dor mesmo quando bem. Pode-se lamentar o momento e o futuro, buscar o passado ou tempos melhores. Mas a nostalgia é uma lâmina de dois gumes, pode lhe reviver a saudade e criar um curto circuito na passagem de tempo, viver fora do presente não é recomendável, mas torna-se quase instintivo.

        Ela parecerá então eterna, algo como um pré-requisito à sua vida, o seu cotidiano será então sempre perturbado por ela. Mas isso é apenas uma impressão acima de tudo, não que esteja isenta de verdade, é apenas uma sensação, um sentimento. E então se aproxima do momento, aonde esta dor pode passar, passar parcialmente.

        Se passar, seja como for, pela ação curativa do tempo ou um acontecimento que iniba totalmente a dor, a dor passou, é quase uma alegria. A ausência dessa tristeza faz com que o estado normal seja feliz, sem o fardo que tinhas agora tudo fica mais leve, mais perceptível e tolerável, aliviado. Enfim o normal não é ruim. Mas sempre deixará algo, mesmo que não esteja mais lá.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Objetos Invisíveis Quebrados

       Estragou algo que não existia, lamentações, mas porque afinal? Se você criou, se não existe, não há porque estragar, não há muito menos porque se preocupar. Se quebrou e você ainda se importa, reconstrua, ou melhor, volte para quando não era assim, ao menos com objetos imaginários isso é possível.

Chaves sem Fechadura

       Continuamente procurando abrir as portas, encontrar algo dentro de outra coisa. Sentido, nem tudo tem, mas todos acham que está lá, e vão procurar, vão achar poeira, não vão achar nada. Existem tantas chaves que efetivamente não tem nada para abrir, não vão levar a lugar nenhum, são inúteis. Enquanto outras fechaduras nem chaves sequer tem, são igualmente inúteis. A curiosidade pode te guiar para esse tipo de porta, esse tipo de chave, mas o bom senso deve te afastar delas, só perderá seu tempo, só decepcionar-se-á.

Os Pôsters

       Você olha para os pôsters. Todos cintilando na parede, lisos e coloridos. Imaginando e desejando, porque não posso ser como eles? Apenas imagens, mas dentro da cabeça de cada um são metas, alguns se importam mais, outros menos, alguns sequer se importam. Porém alguém sempre pendura algo novo lá, as vezes sobre um antigo. E aqueles que são pôsters vivos, andando por aí com a pompa de um ideal que foi alcançado, ora, ideal é relativo, para eles não. Narcisismo fascista, narcisismo suicida, narcisismo fútil.

Problemas e Morte

      Meus problemas não são a existência de algo ruim, mas a ausência de algo bom. São portanto de uma natureza mais tolerável porém igualmente triste. Propago falsas esperanças a mim mesmo, pois se avaliarmos possibilidades não seria racional esperar algo dali.

      As vezes vejo todas essas pessoas a minha volta e a noção é que todas vão desaparecer um dia, mas apenas porque eu vou deixar de existir, vou sair deste lugar e nada sei se vou a lugar algum, provavelmente não, é ridículo querer ter fé. Mas o pior é imaginar que não vou poder sentir saudades, nem sequer me lembrar. É impossível, mesmo que digamos, eu vá para para outra dimensão, renasça ou então o clichê das crenças (céu e inferno), mesmo assim eu não poderia me lembrar, é fisicamente impossível, minhas lembranças estão no meu corpo e lá ficarão até se deteriorarem.

      Mas então parece que tenho medo de morrer. E constatar a fragilidade inalienável do ser apenas piora a situação. Vejo e só vejo oportunidades para tal, sendo que se me preocupasse em demasia com certeza desenvolveria paranóia ou esquizofrenia. Mas o medo não se deve ao fato de que perderei tudo, mas de que não ganhei nada na verdade, ao menos ainda.

      Porque é muito mais fácil querer deixar a vida, não digo como suicídio mas apenas não temer a morte, quando se está feliz e realizado. A tristeza e insatisfação apenas causam um sentimento de derrota que seria concluído totalmente com a morte e que talvez seja revertido ao longo da vida. E portanto aí entra a questão do suicídio, se for percebido que o estado de tristeza e derrota é perpétuo em vida, a única forma de acabar com esse estado seria pela morte, mas isso é o auge da desesperança, raramente é alcançado realmente, normalmente é apenas uma impressão.

      Voltando... A ausência de coisas realmente ruins na vida criam uma lacuna, que pode ser preenchia hora pela ausência de coisas boas, hora por um vazio de controle mental. Esse estado inerte possibilita o controle de certa forma dos problemas, banalizando as tristezas e felicidades já que não há um comparativo de maior amplitude e ninguém guia a intensidade dos sentimentos e sensações por medidas absolutas. Mas é incrível essa necessidade do ser-humano por ter problemas, eles sempre vão existir, apenas porque alguns tem problemas mais simples, inventados e fúteis do que outros.

      Ah onicronia, dedico um parágrafo novamente a ti. Sinto falta da onicronia boa, aquela que diz que tudo ficará bem para sempre e que tudo de bom sempre restará. De fato a onicronia é a causa para a falta de temor da morte, levando a imprudência ou suicídio, sendo a onicronia benevolente e a maléfica responsáveis respectivamente. Mas basear decisões vitais e fatais por uma simples ilusão sentimental é irracional, tão irracional quanto acreditar nela.

      Somos guiados por ilusões e nos perdemos em desilusões que muitas vezes não passam de ilusões ruins, nunca veremos a realidade inerte e completa, por isso sempre acentuamos a pouca informação que temos, seja para melhor, seja para pior.

      Desejar a morte é ruim, temê-la é pior ainda. É melhor não pensar nisso, eu nunca realmente penso, só as vezes raramente, quando não tenho nada para fazer e penso que poderia estar fazendo algo, pois ainda estou vivo.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Processos x Carpe Diem

       Vamos aproveitar o dia, mas sempre nos preparando para o dia seguinte. Porque se levarmos o Carpe Diem para interpretações radicais, daquelas que talvez até surgissem terroristas explodindo seminários, escolas, restaurantes ruins e outras coisas "chatas" que estragam ou empobrecem o dia, poderíamos concluir que praticamente tudo que fazemos não é essencialmente algo com o intuito de aproveitar o dia. Mas mesmo assim o fazemos, seríamos então seres que não gostamos de aproveitar o dia?

       Obviamente não, somos seres guiados pelas sensações e sentimentos bons, raramente alguém coloca algo acima disso, como a razão ou espirituosidade, e mesmo quando o fazem, eles não visam tais coisas em si. Não existe razão pela razão, ou espirituosidade pela espirituosidade.

       Tudo o que eles fazem então não passa de um processo, uma forma de Carpe Diem alongada, aonde estendem o "dia" citado para talvez semanas, anos ou uma vida inteira e que portanto requer que se façam determinadas ações antes de realmente aproveitar, porque mesmo alguém que esteja aproveitando o dia em seu potencial máximo, precisará hora ou outra se locomover ou descansar, coisas que não têm em si algo de especial, mas fazem parte do processo de aproveitar o dia (semana, mês, ano ou vida).

       Mas quando tal objetivo de se aproveitar fica difuso em longos períodos de tempo, as ações ruins parecem obliterar as boas, quando na verdade consistem de parte delas, o outro lado da mesma moeda. Tudo enfim é um processo, com início, meio e fim e um objetivo. O objeto que tanto cobiçam, o aproveitar, é simplesmente a metáfora de se sentir bem e feliz.

       O mais importante então seria, mesmo quando fazendo algo que possa ser considerado ruim ou desagradável, talvez um dia que tenha responsabilidades exageradas mas que serão recompensadas no futuro, fazer de tal ato o máximo proveito. Engrandecer quaisquer movimentos e planos, alterá-los no possível para que tornem se o máximo graciosos e proveitosos Então o Carpe Diem têm em si a percepção de que o processo precisa ser o máximo proveitoso, em todas as etapas e momentos possíveis, e tal conceito está contido numa mera oração. Aproveite o Dia!

domingo, 14 de agosto de 2011

Decadência Gradual Oculta

       Eu sabia que não era a mesma coisa, mas eu não sabia se isto era só uma ilusão ou simplesmente porque já havia sido algo um dia. E foi decaindo, aos poucos, aos muitos, mas diminuía com o passar do tempo, como a areia que vai descendo da parte de cima da ampulheta. Na maior parte das vezes, para não dizer todas, a culpa era minha diretamente ou indiretamente.

       E uma hora iria acabar, desde o momento em que eu percebi que se esvazia mesmo que aos poucos. Eu só não sei se foi mais minha culpa, ou se no final não há culpados, apenas vontades, de se ficar longe, de não se falar. Eu me lembro que fiquei até meio paranoico com pequenas coisas, subindo seu significado. Talvez eu estivesse certo, ou apenas era paranóia. Ao menos guardava a paranóia para mim, eu só estava com medo de que aquilo realmente estivesse acontecendo.

       Mas agora nada disso importa porque de certa forma acho que já acabou, não há nada mais o que se fazer (?) porque mesmo se houvesse também haveria de querer, e acho que aí é aonde encontra-se o principal problema. Sem problemas, já cortei os contatos, mas não queria que eles acabassem, mesmo tendo acabado antes de ter cortado. Nem mesmo o blog, que eu invadi praticamente, eu acesso mais, mesmo que aqueles textos maravilhosos sejam um dos maiores prazeres da semana, dia e etc, não há porque lê-los e provavelmente nem queres que eu leia-os, então se quiser me desconvidar, fique a vontade. Eu não vou desconvidar você pois sei que nem deves acessar direito.

       O que me entristeceu foi que eu não soube de nada, foi acabando aos poucos e sem eu saber direito, e no final acabou simplesmente, não que fosse novidade, mas eu não sabia. Penso, logo penso em você.

sábado, 13 de agosto de 2011

Ao Longe

A distância se faz efêmera
Quando o desejo permeia
Todos os planos do futuro
Torna-se a razão do murmúrio

De que tudo ficará bem um dia
E que só vivo para esperar
Esperar por você e por nós
E esquecer tudo que fazia
Antes do dia que te encontrar
No horizonte nascem mais Sóis

A chuva dissipou o caminho
As nuvens aveludadas escondem
Se eu realmente estiver sozinho
Apatia e depressão se fundem

Nem que fosse só por um dia
Mas não me canso de esperar
Esperar por você e por nós
Parei até de fazer o que fazia
Só para poder te encontrar
E ver o nascer destes Sóis

Tudo ficará bem um dia
Só vivo a esperar
Por você e por nós
Nada realmente fazia
Antes de te encontrar
No horizonte mil Sóis

domingo, 7 de agosto de 2011

Rejeição à Perfeição

Alguém que se despeça pedindo para ficar mais
esteja a par das minhas coisas mais banais
vai muito além daquilo que apenas me satisfaz
não julga, e muito menos sem ter certeza
não se orgulhe, mas também reconheça sua grandeza
olhe nos olhos e diga tudo com total franqueza

Alguém que expresse sentimentos sempre sinceramente
não faça coisas ruins secretamente
seja mais compreensiva do que toda essa gente
sempre espontaneamente vibrante
que se estiver triste procure ficar feliz
esteja ao lado de pessoas que lhe condiz
Alguém, a pessoa que eu sempre quis

Mas se buscasse pessoas perfeitas nunca as encontraria
E por fim depois de muito tempo me decepcionaria
Lamentando ter passado uma vida inteira sozinha
Fugindo dos defeitos que todos têm e duelam a todo momento
Tentando extinguí-los para ver se finalmente me contento
Mas porque seria cruel a ponto de não tolerar
O lado ruim de uma pessoa fantástica
E talvez desse lado até passar a gostar
Porque o amor não exclue nada com engodos
Vê quem ama como um todo 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Passividade Impotente

       Para que vou querer saber se isso não muda nada na realidade, não participo ativamente mais, talvez nunca tenha, e então não posso influir ou mudar nada, me torno um mero espectador, torcedor que fica feliz quando descobre que estás contente e se entristece ao saber de suas mágoas. O problema de tudo isso é a impotência, querer participar da felicidade e amenizar a tristeza, no final talvez por falta de habilidade ou de exclusividade isso não é possível. Fico portanto desperdiçando tal potencial que talvez nem exista, como um jogador que é obrigado a ficar na arquibancada, um palestrante que só atua como ouvinte ou um músico que não pode fazer nada além de assistir à shows. Nunca saberei de verdade, nem ninguém.

       Agora colocando a subjetividade de lado. Eu nunca stalkeei muito, nem sabia o que era stalking quando eu stalkeava, mas parei a um bom tempo (nunca comecei de verdade). Mas veja, agora por azar a informação vem até mim, aparece diretamente na minha TL, talvez se seguisse mais pessoas isso deixe de acontecer. A solução mais simples, direta e evidente é deixar de seguir, parar de querer saber, pois bem é isso que fiz. Agora só espero a reação, provavelmente será uma reação de causa e efeito, algo recíproco, é o que eu espero, mas não é o que eu quero, quero surpreender-me, mudando esta história e me provando errado, mas tais possibilidades são tão mínimas que nem o meu otimismo pode atuar. Queria estar equivocado, que tudo isso fosse um mal-entendido, algo precipitado e interpretado de forma pouco compreensiva. Vou apenas esperar para que se acabe de uma vez, não "Um Fim, mas "O Fim".

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Destaque no Desprezo

       Pessoas egoístas em relacionamentos, até quando? Cada vez mais é assim que funciona, alguém se relaciona mais para o bem-estar de si mesmo, seja por prazer, conforto, diversão. Pessoas que decidem contar todos seus problemas procurando uma psicoterapia do amigo, sem perceber que isso é ruim para o tal amigo, e pior, o amigo que se recusa a fornecer tal ajuda ou faz de uma forma a encerrar rapidamente o assunto, um não se importa com o outro de verdade. Neste caso se houvesse algum apreço mútuo, um procuraria não contar os problemas para não deixar o amigo mal, enquanto o amigo tentaria descobrir, solucionar e consolar os problemas do outro.

       Pessoas que começam a namorar porque estão sozinhas, porque finalmente alguém aceitou sua companhia. A banalização dos relacionamentos e a estereotipagem dos sentimentos, que parecem agora mais caricaturas do que realmente eram, passam a ser planos com regras ao invés de algo que você sente e se guia. Ninguém mais se importa em fazer algo pelo outro que não seja algo que lhe beneficie também, parece sempre uma constante troca de favores, como se a amizade constituísse-se apenas de ações que busquem reações favoráveis.

       E você então tenta sair deste estigma, desta inércia. E a verdade é que parece tarde demais, isso tomou conta de quase tudo, não há mais como fazer algo diferente. O underground também é mainstream. Desprezam e não se importam, e esperam que você aceite isso tranquilamente e se converta rapidamente. É uma pena.

Só para terminar de esquecer

       Certamente não tenho nada contra, pelo contrário, apenas a favor. E este é essencialmente o problema. Não há nada de errado a primeira vista, isto só torna mais difícil ainda. A verdade é que afinal eu não faço muita ideia, mas só sei que talvez seja melhor assim, não há mais o que fazer e a culpa é mais minha mesmo.

       Vai ficar na saudade, é o único lugar que se pode ficar. Não há mais por nutrir algo que já morreu ou parece morto, eu não queria, mas devo lidar com isso, não que seja difícil, só é triste. E só falta "let go" de vez, mas acho que nunca vou 100% ou algo próximo disso. É uma pena. Também não quero que ninguém se sinta mal, só eu tenho esse direito.

O que está errado?

Nada, assim como nada está certo também, nada está nada.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Inutilidade Vaga

Tentativas e erros, parecem causa e consequência
Enrolação e hipocrisia, parece mais demência
Preferir sentimentos à sensações
Por mais ingênuas que sejam tais decisões

Penso que só nos encontraremos no infinito
E por mais que tente-se, o decorrer desse teatro
Tudo indica não se passar de um tragicômico
E a fantasia que envolve-me ainda não é um fato

Não quero descontrolar-me perante à mim
Pois ao contrário de meus amigos
Tal ato nunca teria fim

Esquivando-se de todos os fúteis perigos
Como o tédio de um dia chuvoso
Nada do que faço é realmente perigoso

sábado, 30 de julho de 2011

Voa tão rápido que acaba para recomeçar

        Mais um mês. Um mês inteiro. 30 dias (31 no caso). É passou muito rápido, este mês que não teve nada de especial. Certamente devo ter feito algo, escrevi uns textos (bem poucos, foi o mês que menos escrevi), aprendi algumas músicas, li algum livro. Encontrei pessoas novas, fiz coisas novas. Mas nada que tenha marcado ou deixado uma lembrança fixa e resistente, daquelas que nem os constantes impactos do tempo podem apagar totalmente.

        Todos os meses anteriores à este foram ótimos, todos tiveram suas coisas boas. Foi tudo piorando gradativamente, cada vez pior, no caso seria menos melhor, pois não é que fosse algo ruim, mas era cada vez menos bom. Enfim, em junho, ao contrário do normal, as coisas melhoraram e muito, posso compará-lo aos meses iniciais como Fevereiro, Março e etc. Abril, o mês fatídico, foi com certeza o pior de todos. Agora não estamos mais no meio do ano, não estamos mais no Middle of June. Estamos nos dirigindo para o final, é uma visão pessimista aliás, se fosse otimista serial algo como "Estamos no começo do fim". Aliás, não sei porque falo em nós se estou sozinho, claramente não sou só eu que estou nessa condição, mas só eu estou neste texto refletindo e só eu realmente me importo comigo de verdade, ou talvez nem eu.

        Agora este mês não teve nada de ruim, nada de muito bom. Foi neutro e inerte, não teve nada que eu quisesse perseguir, nenhuma meta, muito menos dias que eu queria que chegasse. Eles só passavam e passavam e eu não sabia o que fazer e por isso fazia qualquer coisa. Talvez a melhor coisa que tenha feito nesse mês foi assistir à One Tree Hill, para me desligar da minha vida, que aliás já estava desligada, o que eu realmente fiz foi só me ligar em outra coisa.

        Enfim, vou viver o último dia deste mês. Não promete nada, talvez seja um dia agradável e só. Depois um novo mês vem. Agosto. Eu não gosto nem dá sonoridade dele, muito menos de suas perspectivas. Eu só vejo as coisas piorando, é a inércia. Talvez alguma força, algum acontecimento me tire dessa inércia, mas enquanto isso, é apenas o fator x do acaso, e depender do acaso é não depender de nada. Minha vida não é ruim, é mais do que boa, eu não consigo aproveitar nem 50% de seu potencial, mas a verdade é que as coisas já foram melhores e como elas pioram, é impossível não se sentir mal. Eu tinha que viajar, sozinho como sempre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

1+1 até o fim

     Caramba, estou realmente perturbado pela minha idade. Eu não gosto de ter 16 (Até soa ruim, dezesseis), é muito, eu me sinto com 15 no máximo e isso só faz com que eu sinta estar atrasado no tempo mas o tempo continua passando. Mas essa sensação nem é minha na verdade, é que eu criei um esteriótipo do que eu seria ou faria e não estou nem perto dele, e o pior, sem perspectivas de me torná-lo a tempo, porque depois entrarei no meu próximo esteriótipo, e de todos os esteriótipos que eu criei na minha mente, este que eu deveria estar sendo agora, é de longe o mais legal.

     E eu sinto como se estivesse querendo fazer algo mas quando vejo já é hora de dormir, então eu prometo que farei no próximo dia e acontece a mesma coisa até que não tem mais como fazer. Mas no final nem depende de mim, é simplesmente eu e outras pessoas e como não sou nada bom nisso.

     E pensar que ano que vem eu faço vestibular, estou com medo, de verdade, de algo real e sem volta, não é a mesma coisa que fantasmas ou zumbis, é a vida e o tempo. E eu nem queria estar pensando nisso só que para não pensar eu preciso fazer algo, e não consigo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Hello Nobody

      Sabe, faz um tempo, ou talvez eu nunca tenha feito isso. Mas eu nunca fiz um texto expressivo e espontâneo, ou era um ou outro. Acho que é hora, agora que ninguém lê afinal.

      Sabe, ultimamente eu não tenho vivido a minha vida, e não, não é drogas. É só porque eu estou um pouco, hmm, deprimido. Não sei se esta é a palavra certa, porque do meu ponto de vista só estou cansado. E eu já falei bastante sobre isso, mas hoje é diferente, eu prometo.

      As vezes eu me olho no espelho, e penso, interessante, é só isso. Mas não é, porque há muito atrás do que eu posso ver e sentir, e sabe, os defeitos nunca são realmente evidente para quem os possui e reconhecer os defeitos é difícil, porque raramente você realmente os percebe. Há quem considere defeito a falta de qualidades, talvez eu seja uma dessas pessoas, e isso é só mais um defeito, e sabe, eu venho me pressionando, ou talvez apenas influenciando, a ter qualidades, como se fosse assim. Eu queria ser especial, significava para mim ouvir elogios, receber algo em troca, ou simplesmente me sentir bem fazendo algo, sentir que eu era bom naquilo, talvez o melhor, no passado.

      E eu posso até ser bom em algumas coisas, mas nunca serei o melhor, e nem é por isso que eu deixei de buscar essa posição idiota, já deixei faz tempo. Mas é que no fundo, é muito mais simples que isso. Tudo que eu fazia era para melhorar algo que não há como melhorar, é apenas um fato que está acontecendo no presente e tem um futuro, mas é estático como o passado. Até com o violão pois, pensei que um dia talvez seria um bom músico, compositor.

      Ao menos tentei não atrapalhar as pessoas no caminho, só isso. E acho que ao não atrapalhar, também não ajudei, porque querendo ou não, não há como ser bom com todos, mas há como ser nada com todos e eu escolhi o segundo. E isso é uma droga. Eu não quero realmente fazer mal a ninguém, não gosto de intrigas e brigas, e eu nunca fiz muito parte disso, mas a verdade é que é tão vazio que talvez completar o vazio com isso... seja uma péssima ideia. A incompreensão também faz parte, madrugadas de insônia pensante fazem parte. Você só vai levando, dia a dia como se fosse um alcoólatra que quer parar de beber, mas beber também não resolve, ao contrário é só uma besteira a mais, por isso não há muita saída.

      Ninguém é perfeito, nunca vai ser, e quando alguém parece, em breve prova o contrário. Há pessoas perfeitas, mas apenas para uma ou outra, e mesmo assim essa perfeição não é a ausência de erros mas sim a tolerância à eles. Ninguém gosta dos defeitos de alguém, mas se você tolera todos eles, então se dará bem. Não é questão de gostar dos defeitos também, mas de compreendê-los e tolerá-los. As pessoas simplesmente são assim, algumas mais legais que as outras, e todo mundo vai continuar julgando até morrer, sem problemas, eu faço o mesmo, e não é porque eu quero é claro. Mas é assim talvez que tenha que ser, pra que ficar pensando em ser diferente se não há como ser, simplesmente é. Uma condição que talvez seja divertida.

      Aí eu me lembro que eu só posso contar de verdade com meu espelho, e sabe isso é horrível. Por mais que promessas sejam feitas, palavras ditas, intenções expressadas, no final não é permanente nem certo, pelo contrário, tudo é temporário e incerto. E nem por isso é ruim, pode ser bom, as vezes. E que bom, porque eu não quero que seja bom sempre, porque senão o bom se torna normal e o normal costuma ser ruim. E eu esqueço sempre, que é exatamente por isso que pessoas não gostam de mim.

      Nada do que eu faço ajuda em alguma coisa, e não adianta dizer que é modéstia, é só um fato. Mas eu também não quero ajudar tanto assim, só acho que talvez se ajudasse, alguém me ajudasse, e podíamos ficar nos ajudando até quando quisermos. Mas a probabilidade é tão baixa que nem acredito, mas você fica com aquela sensação na loteria, de que talvez você ganhe, e você imagina tudo o que faria se ganhasse, se tirasse a sorte grande, até que o dia do sorteio vem chegando, as esperanças diminuindo, e nos minutos finais, você nem se importa mais, sabe que não vai ganhar. Você só teve uma expressão de nostalgia falsa, como se algo de importante tivesse acontecido, mas foi só na sua cabeça.

      Não é carência física, é só emocional, mas também não é tão profunda nem rasa. É algo como alguém tivesse me contado que o clímax do filme acontece agora, eu fico esperando e na verdade não acontece nada, eu me decepciono e depois de muito tempo eu vejo que aquele foi realmente o clímax, e esse nada foi o clímax, mas não percebi na hora. E aí eu volto para o começo: Afinal o que eu estou fazendo? Eu não estou fazendo nada, não tenho objetivos, metas, perspectivas, eu sempre criei as minhas e isso na verdade não mudou muito, é só porque eu me cansei de criá-las, eu só queria que as coisas andassem naturalmente, eu não queria sentir o cansaço, não toda hora.

      Mas são pessoas, huh. Eu não espero mais nada delas, apenas desejo e já perdi as esperanças. Afinal porque esperaria algo delas algo que nem eu consigo ser, eu sou que nem eles, talvez mais eles do que eles mesmos. E não há nada de errado nisto, o problema foi que sempre pensamos e sentimos demais e essas duas coisas não combinam muito e resulta nesses erros e acertos, mágoas e alegrias, porque no fundo queríamos o melhor dos dois, mas exatamente ao querer isso, não conseguimos. Se fossemos algo mais unilateral, talvez pudéssemos eventualmente o melhor de um dos dois.

      E eu já estava engatando na highway, indo para lugar nenhum, mas ao menos indo. Agora meu motor quebrou, simplesmente porque tive que voltar para aquelas estradas marginais esburacadas, por onde ninguém passa, e apesar de ter diversos números no meu celular, não tenho muita vontade de pedir ajuda, se alguém se importasse, eles viriam, certo? Está bem evidente.

      Já está no meio e passando, e eu aqui tendo de escolher entre um isolamento sincero ou uma aproximação falsa, e eu não sei o que é o pior. Não é questão de opção, é a falta delas, eu queria uma aproximação sincera. E quando a felicidade simplesmente depende de um oi, de uma tarde... sabe tipo, algo tão pequeno em troca de algo tão grande, mas eu sei que não vai acontecer, a não ser que eu tente, e aí perde a mágica, perde a sinceridade. Sabe, deixa.

Antes eu estava pronto pra me trancar e não escutar mais ninguém, nem sair. Aí eu resolvi fazer exatamente o contrário. Agora não consigo mais fazer nenhum dos dois.

Bye Nobody

domingo, 17 de julho de 2011

Apelo ao Medo

       Quem seria realmente digno de entrar no céu se ele existisse? Aquele que por medo fez o bem e foi contra seus desejos, ou então aquele que com nada a temer mesmo assim se impôs ética e moral, fez o bem e alimentou virtudes, reconheceu defeitos e etc... As pessoas se tornam boas por causa do medo, se tornam más também. Depende do que o medo quer, agora alguém que se liberta do medo, é livre para ser o que quiser.

       O medo é um fator emocional a ser levado em conta, oras, ele define tanta coisa. Desespero pode ser causado pelo medo, assim como por várias outras outras sensações e emoções. E há gente que acha que felicidade é apenas o alívio de estar sem medo, e talvez possa ser.

       Medo de ficar sozinho, medo de não fazer nada, medo de decepcionar, medo de SE decepcionar.

sábado, 16 de julho de 2011

Cada um dos por quês

      Tudo, tudo que fazemos precisa mesmo de uma justificativa para as outras pessoas? Não é questão mesmo de ser socialmente aceitável, mas as vezes nós mesmos nos perguntamos, por quê? Aonde eu quero chegar com tudo isso, para quê isso ou aquilo? E a verdade é que sempre consiguiremos justificar até certo ponto, nunca até o final, porque o final não existe. Sempre entraremos em contradição, em um círculo vicioso, ou pior, no nada.

      Por que não há ponto final nas justificativas... Elas sempre precisarão de mais ainda, e mais, e mais. E os por quês se completam com outros e outros, até que não resta mais nenhum, chega uma hora que a gente se pergunta pra quê... e aí não há como responder, ou você já respondeu aquilo, ou você se contradiz.

      Pegue coisas banais, pegue coisas grandiosas, todas tem justificativas, algumas conseguem se manter justificando por bastante tempo e por isso pareceram mais dignas, melhores, mais importantes, mas no final do final elas acabam da mesma forma.

      Então por quê afinal? Não sei, pare de me perguntar, tenho que parar também.

"Just go on"

Mais perguntas que respostas

      É, eu percebi isso, meus textos estão turbinados de pontos de interrogação, a maioria das perguntas são retóricas ou apenas enfáticas, mas sabe, nem todas tem resposta.

      Antes eu costumava afirmar mais do que perguntar, até porque agora enquanto pergunto, sei que ninguém nem nada virá me responder, porque ninguém nem nada se importam comigo, e bastava um "não sei" como resposta.

"We're just moments, we're clever but we're clueless
We're just human, amusing and confusing
We're trying, but where is this all leading?
We'll never know"

Onicronia crônica

       Porque tenho essa sensação de que o presente é o passado e o futuro, eu sei que não é mas é um sensação falaciosa e contraditória. Ela vem e me faz esquecer de como era antes, de que eu não conhecia certas coisas e pessoas, de que eu não fazia certas coisas, de que eu não tinha certas coisas. E do mesmo jeito ela me faz pensar que é assim que deve ser e não há nada para mudar.

       Mas quando algo muda essa sensação continua, mas ela é hipócrita, afinal antes não era o tal presente onicrônico? Então porque agora este é o presente onicrônico? Porque onicronia e onicrônico não estão no dicionário e nem na internet? É um termo novo? com certeza não.

       E assim tenho um gostinho de eternidade temporária.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Reação a Arrogância x Humildade

       Um pequeno estudo-analítico bobo e inconsequente desta questão. Como pessoas reagem à Arrogância e a Humildade. Podemos separar em 2 grupos. Os influenciados e os reconhecedores*.

Influenciados

       São maioria e são a causa de tudo isso.

Arrogância: Os influenciados reagem à arrogância de forma peculiar, eles concordam. Se sentem contagiados pelos aplausos e aplaudem junto, preferem concordar com o arrogante do que ter uma opinião própria. Eles não sentem repulsa de ver alguém aplaudindo ou cuspindo elogios a si mesmo. Não que os arrogantes sempre estão errados, de fato alguns arrogantes são realistas, mas a maioria não. Porque eles sentem necessidade de se auto-afirmar, como se o que eles fizeram já não bastasse para tal, eles devem informar que o que eles fizeram foi bom. E os influenciados, se influenciam e concordam, principalmente quando de fato não há base nenhuma, é apenas hipocrisia fantasiada de superioridade.

Humildade: Se esquecem que isso é uma qualidade e as vezes veem apenas como uma falta de confiança ou então auto-depreciação, de fato as vezes é isso mesmo, mas mesmo assim, é digno. Aliás, apenas porque ninguém se elogia ou aplaude não quer dizer que não merecem, pelo contrário, só por tal qualidade já se deve. Porque eles transformam virtude em defeito e vice-versa, simplesmente se influenciam, não percebem. E assim eles inibem esse comportamento, mas ele nunca vai desaparecer, porque os verdadeiros humildes não precisam de auto-afirmação ou de combustível, são simplesmente assim, se todas as pessoas desaparecessem eles continuariam sendo humildes, enquanto os arrogantes precisam de mais, não basta os elogios deles para eles.

Reconhecedores

       Deveriam existir mais, deveriam mudar as coisas, são pessoas boas.

Arrogância: É um crime, hediondo aliás, perdoável, mas enquanto isso é desagradável. O difícil é perceber, mas é possível, com alguns é simplesmente evidente, e quanto mais evidente, pior. Arrogância é um defeito e isso reduz um pouco o apreço, por mais legal e bom que esta pessoa fosse, é um defeito, tolerável. Todo ser-humano é um pouco arrogante, egoísta, egocêntrico, o pacote sempre vem junto em mesma intensidade (se alguém é muito egoísta, provavelmente também é os outros dois, e vice-versa), o que torna tudo pior, ou melhor. Mas é assim, essência de muitos até. Não é realmente um problema, é apenas chato, podia ser melhor, não precisava ser assim. Mas fazer o que, as vezes faz parte.

Humildade: Bom, bem, do bem. Com prazer farão o trabalho de elogiar as boas músicas, filmes e textos cujo produtor, compositor, diretor, escritor deixou vago. E além, elas até ganham certo brilho, por não terem sido usadas indecentemente para promover o ego, ou algo assim. E mesmo que realmente a pessoa esteja certa, e não seja nada de mais, algo normal, talvez até ruim, ao menos ele teve a dignidade de dizer isso, não criar expectativas ou tentar influenciar a opinião, querer comer os elogios e escutar as palmas ecoando dentro do vazio, palmas e elogios falsos ou influenciados. Ás vezes, quando confrontam um humilde auto-depreciativo (nada que faz pode ser considerado bom, por melhor que seja) os reconhecedores tentam, muitas vezes inutilmente, convencê-los de que não, de que há algo de bom ali, é só questão de incentivar.



       Por fim, a humildade é deixada de lado pois não promove nada além do que a si mesma, é uma virtude cheia mas não abrangente, a arrogância se bem utilizada pode levar a influenciar muitas pessoas, confundir arrogância com confiança pode te fazer parecer até melhor, mas por fim você não é.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pedantismo Agressivo

      Vou presumir que estavas totalmente em si, assim como eu. Não quero que vejas isso como ofensa nenhuma, mas apenas uma análise imparcial da situação que nos impomos, mais você do que eu, como sempre. Mas creio que como sempre alegarás que quem começa é o verdadeiro culpado, como se a reação desproporcional não fosse demérito nenhum e apenas uma consequência da minha infantilidade, pois então vamos aos fatos.

      Assumo minha parcela de culpa, apesar de que tal "culpa" nada deveria ter causado. Zoar é algo que você faz comigo diversas vezes, principalmente em frente a outras pessoas, se isto te irrita tanto então pare você de fazer isso primeiro. Além disso não tive intenção real, afinal você não se importa com as notas e etc, qual o problema de comentar zoando um FATO? Se eu estivesse mentindo, você que me corrija.

      Mas isso foi só o estopim, o conflito originou-se realmente quando você, com seu ar de superioridade tentou aleatoriamente atacar-me (?), falando como que ir bem (ou ao menos não ir mal) na escola era algo sem importância, e afinal o que eu sabia da vida. Repito aqui: Eu não sei nada. Então você com a arrogância no ápice simplesmente diz que tudo que eu sei da vida você ensinou. Meu caro, você me ensinou a pensar? Você chegou às conclusões para mim? Repito aqui novamente: Eu não quero desmerecer o que você fez por mim, nem ser hipócrita ao desdizer o que já disse antes, você mudou minha vida, suas ações mudaram as coisas, porém não venha achar que você fez tudo sozinho por mim, suas ações influenciaram mais indiretamente do que diretamente como você alegou.

      Então você novamente cospe o argumento falho: Você é uma criança! Otário, criança! E eu repito aqui DE NOVO: Sou mesmo, não há nada de errado nisso, aliás, o senhor Adulto que você é deveria ter aprendido que julgar as pessoas deliberadamente como fazes é algo quase criminoso, e medir a pessoa por suas ações e reações é apenas igualmente ofensivo. Não vou cometer o mesmo erro que você e te julgar. Mas digo que você deveria, ou não, repensar afinal o que ser Adulto significa, se é o que tanto almejas e quer tanto que os outros sejam. Estamos aqui para nos sentirmos bem, felizes, você talvez seja hedonista e pense que a felicidade é obtida pelo prazer, novamente, não vou julgá-lo por isso, mas não tente impor ou incompreender visões diferentes, mais infantis, simples e ingênuas, mas igualmente importantes e válidas.

      E então o pressuposto de que o trabalho trás a dignidade. Que ironia, estudar não era sem importância? Afinal, o estudo talvez seja o trabalho que você deveria ter feito e/ou estar fazendo. Veja bem, passar pizzas não trás muito mais do que os simples conhecimentos rotineiros da tarefa e dinheiro, simplesmente é um contato precoce com a relação produção = dinheiro, um contato que todos teremos um dia. E afinal, porque precisa ser desta forma como você propõe? Trabalhando numa loja, restaurante, pizzaria, escritório? Há outras formas. Não era você que dizia que o dinheiro é apenas papel verde? Porque gastas seu tempo e suor atrás dele? E ainda se vangloria disto, menosprezando os outros.

      Eu posso não ter trabalhado formalmente como você, e aliás, dou graças a Deus por não, afinal é uma experiência desnecessária e talvez até prejudicial se feita desta forma. Eu trabalhei de forma esparsa e informal, ganhei dinheiro dos meus pais, apesar de ser bem desnecessário afinal eles já me davam, porém eu já ajudei demais, em épocas de aperto eu trabalhava (ajudava) sem remuneração apenas para ajudar a manter a empresa funcionando, e você me diz que eu ganho tudo na mão. Mas sabe porque eles me davam dinheiro quando podiam? É, talvez você não saiba, mas era porque eu estudava, eu ia bem na escola, eu talvez não pegasse os livros e ficasse tardes estudando, mas aprendia e isso (na concepção deles) merecia remuneração, e eu realmente não vejo nada de errado, afinal nosso trabalho é estudar.

      Você talvez seja incapaz de entender, afinal há uma névoa de anarquismo e procrastinação impedindo, de que apesar dos estudos serem algo desnecessário e fútil a longo prazo, são cruciais a curto prazo para MEUS planos, que são completamente diferentes dos seus. E então você me diz que passar pizzas é mais importante que aprender Progressão Geométrica? Digo que os dois são inúteis a longo-prazo, mas talvez a curto sejam úteis, depende do que você almeja.

      Por fim só quero dizer que você tem andado irritadiço e agindo de forma estranha. Você mudou desde quando eu te conheci, ficou mais pessimista do que já era, mais rancoroso do que já era, agressivo, hipócrita e irônico. Eu sei que também mudei, pra pior em alguns casos. Mas afinal ainda gosto de ti apesar dos infortúnios que você me impõe, pelas birras que faz em alternativa da paz e sossego, por que talvez para você, viver em constante estado de harmonia seja demais surreal, porque tudo deveria estar mal, e mesmo quando não, sempre encontrarás formas de torná-lo ou vê-lo assim.

sábado, 9 de julho de 2011

Afastam

        Já aconteceu mais de uma vez. Porque as pessoas se aproximam e depois se afastam? Sei que nada é para sempre, mas tão rápido assim? O que eu faço afinal, sou eu mesmo e este eu, que como todo eu precisa de um tempo para ir sendo descoberto, é enfim descoberto? Será que minhas primeiras-impressões são melhores do que as reais impressões?

        Não sei o que é, mas a aproximação e consequente afastamento faz eu sentir falta da época da proximidade, de quando não era só eu que tinha que chamar, de quando não só eu fazia um mínimo esforço para se comunicar, de quando podia se combinar algo com mais certeza, de quando podia contar com a companhia. Mas sou excluído, trocado, esquecido... afastado.

        Eu só queria que as pessoas não se afastassem sem dizer as causas, porque eu não quero que elas se afastem, mas se elas quiserem, ao menos quero saber o porquê para não errar novamente.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não Ter o que Contar

E no futuro distantemente próximo...

      Sabe que quando eu era jovem, lá pelos meus 15 e 16 anos, eu não fazia nada? Pois é pessoalzinho, eu simplesmente era um cara que andava com um violão na mão 80% do tempo, mas não sabia tocar ou cantar bem. Não estudava muito, mas ia relativamente bem na escola, escrevia poesias e prosas (ruins) e mantinha um péssimo blog (não continha nada de útil ou agradável) na internet, que naquela época estava infestada de redes sociais e todos usavam só porque era novidade.

      As pessoas normalmente achavam que eu usava drogas, em especial a maconha, que diferentemente de hoje em dia, era discriminada pelas pessoas e proibida pelo Estado. Eu nunca entendi muito bem porque as pessoas achavam isso de mim, não entendia qual era o problema de rir um pouco mais se isto faz tão bem, ou se falar lentamente (digo, mais pausadamente e com entonação mais suave) não é melhor para pensar no que irá dizer,ou que tocar músicas não eram a melhor coisa a fazer seja qual fosse a hora, e ter sono não pode ser algo normal, fruto de ir dormir tarde e acordar cedo e viajar 250km toda semana.

      Ter cabelo grande era fora de moda, mas mesmo assim eu tinha, não era muito grande mas também não era curto, eu queria que ele fosse mais bagunçado e duro, mas fui abençoado (segundo alguns, para mim era mais uma maldição) com um cabelo liso. Minhas roupas, oras... eu sempre gostei de xadrez e coisas assim, mas quando comecei a usar realmente, isso virou moda, modinha, e até me sentia meio mal de estar na moda, mas isso não importa porque era legal se sentir meio indie-folk, apesar de não ter nenhum estilo.

      Eu lia livros, de tempos em tempos, nunca conseguia pegar um bom ritmo constante de leitura, sempre variava de dias à semanas e à meses para terminar um livro, eu desejava ter lido mais livros. Mas eu escrevia bastante (Não que a quantidade tenha melhorado a qualidade, porque eram idiotas), tinha um blog de política em que de tempos em tempos, bem raramente, eu escrevia alguma coisa que estava acontecendo, nada que mudasse algo ou fizesse a diferença, apenas um textinho bobo analisando alguma situação escrota da política nacional, que hoje graças a Deus mudou.

      Mas esse é o resumo, anos nesse estado catatônico de indiferença. Às vezes viajava com a escola ou algo assim, nada que se sobressaísse ou fosse fora do normal, era bom de viver, mas não é bom de contar, não vivi tudo isso para contar, não tenho o que contar na verdade. Não tenho lembranças que parecem mais estorinhas de contos de fadas ou então fábulas vividas que sempre contém uma "moral da história" que pode ser transmitida para os outros (especialmente filhos e netos), é só isso, uma vida normal, tediosa e nada especial, redundante e parada, mas que até que foi legal de ser vivida e sinto muita saudade daqueles tempos.

Finitude no Infinito

       Nosso universo, com o pouco conhecimento que temos, pode ser muitas coisas. Pode ser finito, infinito, um em muitos (multiverso), o único, ilusão, estado, etc. Então, antes, quando pensávamos em nosso lugar nisso tudo, podíamos ver como somos pequenos em relação a isso tudo, todas essas distâncias quase incomensuráveis e difíceis de imaginar. Mas agora e se o universo for infinito? E se este universo for apenas um dentre muitos igualmente complexos e únicos? Como podemos comparar nossa finitude com o infinito espacial? Na verdade, não há como comparar, são elementos de grandezas diferentes, mas ouso a dizer que comparar algo infinito à algo finito (não importa o tamanho) é o mesmo que reduzir este algo finito ao nada. Sou nada.

       Mas sabe de algo, isso não importa nada, isso não muda nada, é apenas um pensamento inconsequente de algo que não devemos ligar, pra quê se distanciar tanto da realidade ao adentrar totalmente dentro dela? Porque quanto mais começamos a ver e analisar a realidade, mais nos distanciamos dela, pois a realidade não é aquilo que é, mas sim aquilo que podemos sentir, e apesar de ser muito pouco em relação ao que ela realmente é, só assim temos alguma chance de vivência plena e feliz. O que importa é o que vou fazer agora, e o que vou fazer depois. Mas o que isso influencia? Bom, mostra como nosso agir não deve ser tão presunçoso e arrogante, como nós somos nada e achamos ser tudo, e como nós deveríamos nos importar mais com nossos iguais, os nadas que significam tudo.

Memórias Aduladoras

       Ficou bem evidente agora, pois antes se tratava de uma hipótese vaga. Eu acho que a transferência presente-passado ou momento-memória se faz de forma que os fatos são intensificados, ao menos comigo as vezes é assim. Se uma tarde chata tem bons momentos, lembrarei como uma tarde boa. Se um dia foi agradável mas algo me incomodou nele, será lembrada como uma tarde desagradável. E os personagens destas manhãs, tardes e noites também são amplificados, como pessoas que causam boas risadas, momentos agradáveis e legais mas que as vezes incomodam, pode ser que eu me lembre delas de um modo ruim, e então das pessoas em que há muito silêncio desagradável (porém um silêncio entre amigos é bem agradável as vezes) ou piadas sem graça, mas algo traz um pouco de felicidade em sua presença, será lembrada como algo bom.

       Então é isso, tendemos a esquecer as coisas boas e lembrar mais das coisas ruins ou o contrário, comigo acontece mais o contrário, eu lembro das pessoas e de tardes melhores do que realmente são, por que afinal enquanto no presente eu pensei em como aquilo estava monótono e normal, até que depois de alguns dias eu via aquele tempo como algo bom e especial, o que me fazia querer passar por aquilo novamente e então me decepcionar no presente e voltar a ficar grato por aquilo, essas memórias me manipulam um pouco ao adular certas pessoas e tempos para mim e estou começando a deixar de acreditar nelas. Mas a verdade é que eu queria sair com alguém que eu gostasse e realmente durante isso eu não me decepcionasse, como se tivesse esquecido das manias e coisas ruins que faz, porque afinal todos temos isso, o problema é que minhas memórias preferem não lembrar disso, mas deveriam.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Ninguém vai entender"

Porque ninguém vai ler, seu idiota.

Masoquismo Emocional Involuntário

       Você deixa de ouvir certas músicas pois lembram aquela pessoa, ou então pára de fazer certas coisas pois lembram-a também, ir a certos lugares é tortura pois esteve lá com ela, deixa de comer certas comidas pois seria solidão demais sem compartilhar com ela, certos programas, filmes e seriados também lembram ela, todas as pessoas lembram ela, dormir e sonhar obviamente é só com ela,  tudo que faz seria em sua companhia dela, tudo que deixa de fazer poderia fazer com ela, viver poderia ser com ela. Mas não é, sabe? Então lembrar não é bom, mas é algo que assim como esquecer, não depende da gente.

Estaca 0

     Que número feio, 0, não é nada. É melhor do que -1, mas prefiro passar por épocas negativas do que viver na constante segurança neutra do 0. Mas matemática de nada serve se não for o símbolo que é, e mesmo na vida pode usar os números como representações, o 0 é o melhor para o momento.

     Porque o 0 contém nele essa inexpressibilidade e a frieza que toma conta. O calculismo incitado pela falta de tudo, pelo exaltamento do nada, haha o "nada" sendo ressaltado, que ironia. Não digo que é ruim até, porque o 0 precisa de algo, nem que seja uma distração,  0,000000000000001. Uma risada, uma conversa, uma mensagem, um texto, uma boa notícia, um violão, um bom livro, uma companhia agradável, uma tarde, um filme, cobertas, uma viajem, coisas que distraem em geral, que fazem se esquecer do 0 ou pelo menos transformam ele em alguma coisa, mesmo que muito pouco no momento.

     Certas pessoas tem potenciais gigantescos com seus 0's, 0's que contém a possibilidade de um 9999, mas mesmo que sejam possibilidades pequenas, daquelas menores de 1%, essas pessoas só podem ficar mais angustiadas, porque a indecisão traz uma ansiedade que se converte hora em angústia e hora em esperança, depende do "mismo" (oti, pessi) da pessoa.

     E o pior então, quem consegue sair do 0, sente que está indo bem por algum tempo e depois volta, volta pra essa anulação sentimental, essa ausência de perspectiva. Mas voltará sempre? O recomeço é rotina? Prefiro acreditar que não enquanto ainda posso. Estaca 0, marcada funda no coração.


Graças a Deus as provas de matemática passaram

Tudo Bem?

      Como isso pôde se tornar o termo para perguntar como a pessoa está? Se interpretado literalmente, você vê que ninguém poderia responder Sim a tal pergunta, afinal nunca TUDO está bem. Quando a maior parte das coisas ou as mais importante estiverem bem você pode dizer que está bem, mas não tudo bem... Oras, como esse pensamento é tão idiota e sem sentido.

Cessar Tudo!

Não precisa de palavras difíceis e observações desnecessárias, devo utilizar algum tipo de pragmatismo que não se revele tão superficial, mas apenas simples e real. É na verdade tentar ser realista e não filosófico.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Falso-Sábio Solitário, Perdido e Triste

       Parte-vida de estudos, reflexões e aulas. Não que fosse o principal em sua vida, só porque apreciava o conhecimento, a êxtase que vinha de entender. Como numa missão institua a si mesmo o objetivo de saber, pois por algum motivo que ainda não conseguia explicar, preferia o amargo sabor da verdade à doce ignorância. Levava a vida, ainda jovem, em um perfeito equilíbrio entre estudos e vivência, de forma que além de aprender (Com Livros, Pessoas, Mestres, Internet) podia curtir as banalidades sociais e prazeres ingênuos. Ó mas era um problema, sério aliás, ele não conseguia curtir, por mais que tentasse, sua mente sempre estava em outro lugar, um lugar maior, com perspectivas distantes e visualizações menos parciais.

       Talvez por isso algumas pessoas repudiassem sua presença, sua forma de falar e o conteúdo de sua fala, como se sempre precisasse de uma analogia ou alegoria para a situação atual, ou simplesmente informando que aquilo era demais simples para ser apreciado, como se a complexidade significasse algo especial, como se uma frase não pudesse conter um texto.

       Enquanto isso outras pessoas o adoravam, consideravam-no um mestre, como se suas linhas de pensamentos sem destino ou as ideias soltas que ele produzia significassem algo de importante, algo de útil para a vida, como se uma análise transformasse o objeto em análise. Ao contrário de sua época, aonde quem quer que soubesse falar palavras raras e tivesse lido alguns livros se achava extremamente categórico e importante, ele era humilde, ou tentava ser. De certa forma falsa, pois em seu interior sentia ser um pouco especial e acima dos outros, sentia que faria algo de importante, que precisava fazer algo de importante. Mas continuava desprezando qualquer elogio, sempre diminuindo-o a algo próximo de um insulto. No lugar de mestre colocava-se como discípulo tolo, ou no lugar de Pensador colocava-se no lugar de um Débil agonizante.

       Estilo peculiar, como uma fusão de diversos. Ele não fazia ideia do que achavam dele, não fazia a mínima, não nascera bonito ou feio o bastante para causar impressões que se externalizassem em sorrisos, gestos e olhares, e a hipocrisia e falsidade em nome da boa educação e cordialidade social tiravam toda crença que podia ter nas palavras que as pessoas lhe dirigiam. Na verdade ele esperava simplesmente que as pessoas contassem a si qual era a opinião delas, como se isso fosse algo normal, mas sabe-se que as opiniões verdadeiras são as últimas a serem compartilhadas, sinceridade é menos comum do que a verdade¹.

       E assim vivia, dentro de seu mundo interno, achando que seu mundo era mais expandido do que os outros, mais diverso e vívido que o real e que sobrepunha o real, que sua interpretação do mundo era a melhor que podia ter para si. Se auto-impunha regras, uma disciplina longínqua e pouco utilizada, atrás de objetivos grandiosos e distantes que talvez nunca alcançasse, mas não conseguia descansar se não estivesse cada vez mais próximo deles.

       Até que eventos, pessoas e reflexões o fizeram concluir tudo de novo. Como pudera ser tão arrogante a ponto de pontuar sua vida, de concluí-la? Como pudera mesclar sua interpretação com a realidade, tornando as duas a mesma? E por fim, como pudera viver pensando que seus objetivos eram melhores do que os objetivos dos outros, ou que seus objetivos eram mais dignos e honrosos?

       Porque algumas pessoas simplesmente tem de pensar demais até chegar a conclusão de que o certo é não pensar em nada afinal, que a ignorância é uma benção a qual vemos como maldição a primeira vista, e o conhecimento como remédio que parece ser não passa de um veneno que deve ser utilizado em poucas quantidades? Ou porque a caverna¹ não pode se tornar aconchegante apesar de só vermos sombras? Porque não pensaram que talvez fora da caverna seja frio e sombrio?

       Começou a fazer apologia a ignorância e cultuar a simplicidade, mas era tarde demais, ele nunca soube muito para se considerar sábio, apesar de ter recebido elogios que lhe davam ar de sábio, inteligente e conhecedor, mas o pouco que sabia não permitia que se desvincilhasse totalmente, e isso o perturbava, porque por mais que queria viver uma vida feliz e simples ele era quase incapaz. Quase, pois na verdade era falta de prática. Ou talvez estivesse praticando errado, estivesse tentando tomar a fórmula dos outros para si mesmo, sem considerar que seus fatores eram diferentes e precisava de uma formula única, como todos precisam.

       Aquela sensação de diferença e especialidade se extinguiu dentro de si, a compulsão por saber tornou-se optativa. O pessimismo ou otimismo consequentes da análise que fazia, também sumiram. A auto-depreciação que utilizava como alternativa à humildade se tornou algo mais próximo da mesma, a arrogância que cultivava mentalmente em relação as pessoas tornou-se imparcialidade de julgamento e substituiu o termo pior e melhor por diferente e diferente.

       Viu que além do ser, estão as ações e palavras do ser, e que delas extrai-se talvez o que aquele ser realmente é, não são conceitos separados, mas sim conceitos que se completam num silogismo jocoso e talvez errado. E que a perfeição é algo imperfeito por natureza, já que não existe, e se pudesse escolher não gostaria de presenciar a perfeição de forma alguma, pois o mundo é constituído de imperfeições e ele aprendeu a gostar delas tanto quanto gostava da perfeição. A imprevisibilidade possibilita a surpresa e a surpresa destrói a inércia e a inércia é o que torna a vida chata.

       E afinal porque precisa-se analisar algo que não tem o que se analisar, que não há o que fazer sobre isso, é algo que acontece do mesmo jeito que chove, e como as nuvens passa, e no caso individual é apenas uma vez, não há motivo para saber como será a próxima pois não haverá próxima, e não é só por isso que devemos temer ou sermos pessimistas, pelo contrário, há mil motivos para não. E mesmo que intrincado no ser estejam tais características e manias, não devemos nos render a quem nós somos se este "ser" no prejudica, nós devemos, tentar ao menos, ser aquilo que queremos e gostamos de ser.

       Então o Pseudo-Sábio Solitário, Perdido, Triste, Humildemente Arrogante e Egoisticamente Altruísta tornou- se algo... Diferente, nem pior ou melhor, apenas diferente. E para não cometer o mesmo erro, não colocará um ponto final ainda, só quando não der mais para escrever ou pensar

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¹Diferenciando as verdades cruas (fato) das verdades sinceras (opinião)
²Alegoria da caverna de Platão

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Presente Inalcançável

Meus passos se tropeçam no vazio
Como se nem soubessem para onde ir
Bebendo lágrimas do mesmo cantil
Como se houvesse alguém a seguir

A metamorfose temporal não se completa
O cristal angelical não se aproxima o bastante
Para criar um momento extasiante, um presente

Que nunca alcançarei, nem no futuro distante

Isotermia Ambiente-Interior

Nada impede que o frio se mantenha
Corrói a minha alma como gangrena
E porque tinha que ser justamente agora
No inverno do inferno glacial que aflora

Respiração pensante que se torna ofegante
De perceber que o rumo é demasiado desgastante
Mas que rumo é esse que não leva a nenhum lugar
E a caminhada continua forçada sem cessar

Talvez alguém, Talvez um Sol, Talvez Anzol
Pra tentar pescar novidades
Talvez alguém, Talvez um Sol, Talvez Leviandades

Acho que é assim que deve ser
Talvez alguém, Talvez um Sol, Talvez Viver
Ou melhor, resistir com distrações

sábado, 25 de junho de 2011

Ofensas a Diferença

Ois e Tudo bens, risadas num banco, sábado com sorvete, notas baixas, notas altas, estudar, preguiça, jocosidades numa conversa, explicando o óbvio, temendo o nada, admirando o nada, refletindo sobre nada, rindo, chorando, nada, fugindo do tudo.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aos Poucos

Vai passando pela ampulheta do tempo
É um funil tão estreito que tudo em cima
Vai passando aos poucos quase nunca
E aos poucos vai e aos poucos vai

Transforme estes grãos no quer que seja
E é assim que acontece com quase tudo
A ampulheta é o tempo que contém isso
O ponto x é justamente o presente

Embaixo conserva-se o passado
E em cima o futuro que não há como ver
Mas você sente o peso diminuindo

E pode olhar pra baixo e ver tudo que ficou
Os grãos continuam passando sem cessar
Apesar de que só possa vê-los acabar aos poucos

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Blog Será Particular

      Decidi que é muita exposição para deixá-lo público, portanto estarei "privatizando" ele neste Domingo, se alguém tiver interesse em acessá-lo, deve me mandar um email, comentário, mensagem, comunicação em geral... para que eu possa convidá-lo e permitir que você acesse. Não espero que alguém faça isso, mas é bom avisar.

      Esta mensagem ficará aqui nesses 5 dias, não postarei mais nada até lá.

Ocupando

      Acho que esse é o resumo afinal. Perceber que por detrás de todos os desejos insanos de uma mente cética e inquieta em busca de respostas as quais nunca irá satisfazer-se, não completamente, pois mesmo que por pouco tempo um vazio nunca se preenche. E então ocupando-se, seja de coisas grandiosas, seja de coisas banais, você vai passando, vai experimentando, ou seja, vai vivendo. Não é nada demais, não há o que esperar, só há o que querer... E mesmo que pelo otimismo, pessimismo, maniqueísmo ou nas piores formas do niilismo você só pode ver as coisas, o presente e o futuro e o que queria que eles fossem em conjunto com o que espera deles em conjunto com o que eles podem ser.

      Somos seres racionais em um mundo irracional sem sentidos e propósitos. E vamos tentar, como parte de nossa essência, buscar raciocinar sob toda essa irracionalidade tentando, inutilmente, ver algum sentido, propósito e razão. E por mais que nossos semelhantes proeminentes consigam uma vertente lógica e irrefutável, ela simplesmente nunca completará tudo, pois não é possível.

      É querer colocar muita fé em um assunto importante e pelas bases da fé que há, os fatos deixam de ser fatos e a fé passa a ser uma escolha de acreditar nisso ou naquilo independente do que realmente é, e a partir daí fica difícil tomá-la como forma de verdade se a essência dela é justamente a ausência de uma verdade.

      Por isso resumo tudo isso a se ocupar, com ações, projetos, consumos, criações, sentimentos, experiências, etc... E achar a melhor forma de que no processo dessas ocupações sejamos o mais felizes possíveis e tenhamos bons momentos, momentos felizes e cheios de paz. Deve-se procurar entre essas ocupações, aquelas que satisfaçam nossa existência, e é em suma isso que eu busco no momento, e talvez leve muito tempo e provavelmente levará muito tempo.

      Devemos estar preparados para todas as certezas incertas que o amor nos dá.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mentiras Sinceras

        Sabe que as vezes não é por mal, é até por bem. Dissimular das piores formas possíveis porque talvez a simulação real apenas cause sofrimento ou tristeza. Porque afinal algumas coisas simplesmente acontecem e não precisam ser conhecidas, e digo coisas que não dependeram de escolhas, porque afinal ser um enganador e hipócrita por aquilo que você faz querendo fazer é horrível. Nem é hipocrisia é distorção, uma mentira, ocultar e distorcer, mentir.

Ansiedade Culpada

       O juiz e o policial se aproximam, você queria poder se esconder dentro de si mesmo, se tornar uma outra pessoa nos próximos instantes, queria não ter que enfrentar isso. Não é questão do que fez ou deixou de fazer, mas sim do que vai acontecer, da punição. E o pior é quando não é certeza, talvez tudo passe bem, talvez tudo piore, e enquanto isso não se definir você só sente uma ansiedade culpada, não é uma culpa e sim uma ansiedade da culpa.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sem Sol, Lua Nova

Escrito: c. Abril 2011

Esse Sol magnífico que outrora me iluminava e aquecia mesmo nublado, mesmo na tempestade.
Agora se põe por fim
E como me conformo de que não haverá outro dia?
E toda a noite é de lua nova.

Ser tudo pra Você

Escrito: c. Abril 2011

Queria eu ser o sol para esquentar seus dias, te fazer esquecer o frio.
Queria eu ser a lua para iluminar suas noites, te fazer esquecer a escuridão.
Ser o mar, e a imensidão azul para seus olhos,
o canto das ondas para seus ouvidos e a leve brisa para sua pele

Queria eu ser tudo para você

Para Lembrar

Escrito: c. Abril 2011

Como o azul do mar
E o céu do azul refletido
As estrelas que brilham no céu a noite

Mas em pleno azul celestial
A estrela mais brilhante aparece
Não consigo olhar sem emocionar
Não consigo parar de pensar nesta estrela magnífica

Apesar do brilho da vida
Me dar esperanças de te ver
Estrela brilhante, guia em plena luz do dia
Estrela que supera o brilho solar

Suspiro de Desabafo

Escrito: c. Abril 2011

Se soubesses...
o quanto és linda e bonita
o quanto és especial e doce
o quanto és minha favorita
Daria tudo que fosse...

Se te dissesse...
que és a flor de jasmim
que brotou em meu jardim
que és a flor de lótus
Mais colorida e bela aos olhos...

Se entendesses...
Como és importante e indispensável
Oh menina tão amável
Se meus pensamentos não fossem só teus
Não teria em que pensar e ser feliz

Mas hei de te dizer, de te fazer saber e entender
Ouça este suspiro de desabafo
Enquanto ecoa até desaparecer por tí!