quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estaca 0

     Que número feio, 0, não é nada. É melhor do que -1, mas prefiro passar por épocas negativas do que viver na constante segurança neutra do 0. Mas matemática de nada serve se não for o símbolo que é, e mesmo na vida pode usar os números como representações, o 0 é o melhor para o momento.

     Porque o 0 contém nele essa inexpressibilidade e a frieza que toma conta. O calculismo incitado pela falta de tudo, pelo exaltamento do nada, haha o "nada" sendo ressaltado, que ironia. Não digo que é ruim até, porque o 0 precisa de algo, nem que seja uma distração,  0,000000000000001. Uma risada, uma conversa, uma mensagem, um texto, uma boa notícia, um violão, um bom livro, uma companhia agradável, uma tarde, um filme, cobertas, uma viajem, coisas que distraem em geral, que fazem se esquecer do 0 ou pelo menos transformam ele em alguma coisa, mesmo que muito pouco no momento.

     Certas pessoas tem potenciais gigantescos com seus 0's, 0's que contém a possibilidade de um 9999, mas mesmo que sejam possibilidades pequenas, daquelas menores de 1%, essas pessoas só podem ficar mais angustiadas, porque a indecisão traz uma ansiedade que se converte hora em angústia e hora em esperança, depende do "mismo" (oti, pessi) da pessoa.

     E o pior então, quem consegue sair do 0, sente que está indo bem por algum tempo e depois volta, volta pra essa anulação sentimental, essa ausência de perspectiva. Mas voltará sempre? O recomeço é rotina? Prefiro acreditar que não enquanto ainda posso. Estaca 0, marcada funda no coração.


Graças a Deus as provas de matemática passaram

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