sexta-feira, 8 de julho de 2011

Memórias Aduladoras

       Ficou bem evidente agora, pois antes se tratava de uma hipótese vaga. Eu acho que a transferência presente-passado ou momento-memória se faz de forma que os fatos são intensificados, ao menos comigo as vezes é assim. Se uma tarde chata tem bons momentos, lembrarei como uma tarde boa. Se um dia foi agradável mas algo me incomodou nele, será lembrada como uma tarde desagradável. E os personagens destas manhãs, tardes e noites também são amplificados, como pessoas que causam boas risadas, momentos agradáveis e legais mas que as vezes incomodam, pode ser que eu me lembre delas de um modo ruim, e então das pessoas em que há muito silêncio desagradável (porém um silêncio entre amigos é bem agradável as vezes) ou piadas sem graça, mas algo traz um pouco de felicidade em sua presença, será lembrada como algo bom.

       Então é isso, tendemos a esquecer as coisas boas e lembrar mais das coisas ruins ou o contrário, comigo acontece mais o contrário, eu lembro das pessoas e de tardes melhores do que realmente são, por que afinal enquanto no presente eu pensei em como aquilo estava monótono e normal, até que depois de alguns dias eu via aquele tempo como algo bom e especial, o que me fazia querer passar por aquilo novamente e então me decepcionar no presente e voltar a ficar grato por aquilo, essas memórias me manipulam um pouco ao adular certas pessoas e tempos para mim e estou começando a deixar de acreditar nelas. Mas a verdade é que eu queria sair com alguém que eu gostasse e realmente durante isso eu não me decepcionasse, como se tivesse esquecido das manias e coisas ruins que faz, porque afinal todos temos isso, o problema é que minhas memórias preferem não lembrar disso, mas deveriam.

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