Eu andava ansioso mas temeroso, como seria? Os fones apenas me acalmavam. No final não foi nada demais, foi como outro dia na escola em que de repente coisinhas engraçadas acontecem, um sorriso, alguém comete uma gafe, todos riem. Alguns permanecem calados, claro, talvez não seja de sua natureza rir simplesmente com coisas fúteis e inconsequentes, mas sabe, a própria alegria consiste de tais coisas, desde que não humilhe ou prejudique ninguém, é importante encontrar diversão em coisas simples e pequenas. Não perder tempo com elas, mas aproveitar o tempo.
Então as pessoas continuam, um lado para o outro, tem de cumprir suas responsabilidades, nem sabem mais se estão cumprindo para si mesmas ou para outras pessoas. Isso tudo é muito estranho, é uma espontaneidade forçada, é um estudo laborioso, não é um prazer libertário. Então continuo, sobrevivendo socialmente, pelos restos que deixam. Ninguém se importa. Porque deveriam?
Fui comprar um sanduíche, ele estava muito bom. Então porque não viver de bons sanduíches? Não, eles engordam, logo depois alguém virá dizer: Hein, você está meio cheinho.
Sabe, na verdade e isso, as pessoas deviam ser sinceras, dizer o que acham das outras, talvez assim elas se toquem. É impossível não julgar, dizer o julgamento é opcional, mas o que realmente influencia uma atitude prepotente é a relação do julgamento. Se você sempre acredita que o seu julgamento é verdadeiro, você é preconceituoso e julgador, e a maioria das pessoas. Mas se você aceita o seu julgamento como uma impressão e não como uma verdade, você então se torna útil às outras pessoas, e talvez ele venha a se tornar verdade.
Então os prazeres banais da vida, parar de comer, simples como um toque. Porque há tanta discussão sobre o assunto, é tão simples, pura força de vontade. Controle da mente sobre o corpo. Controle da alma sobre a mente. Acreditar que tudo acaba na extensão da matéria e da percepção é ser racional e realista, é não ter fé, é ser totalmente incrédulo. Talvez seja a forma mais próxima de atingir a verdade, mas não de atingir a felicidade. E os seres-humanos não foram feitos para coexistir com a verdade real, só com a verdade que querem acreditar, a mera ficção que lhes aparece como verdade e lhes satisfaz se for verdade, portanto deve ser verdade.
Caminhando até a livraria, livros, conhecimento... expansão. Ler e aprender, ler para saber, ler para ser... E assim talvez quando pare para analisar, o que sou, possa dizer: Sou o que li, sou alguma coisa. Posso não ser eu mesmo, mas eu mesmo não sou nada, eu mesmo não passo de algo a ser alguém. Eu mesmo não existe.
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