sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não Ter o que Contar

E no futuro distantemente próximo...

      Sabe que quando eu era jovem, lá pelos meus 15 e 16 anos, eu não fazia nada? Pois é pessoalzinho, eu simplesmente era um cara que andava com um violão na mão 80% do tempo, mas não sabia tocar ou cantar bem. Não estudava muito, mas ia relativamente bem na escola, escrevia poesias e prosas (ruins) e mantinha um péssimo blog (não continha nada de útil ou agradável) na internet, que naquela época estava infestada de redes sociais e todos usavam só porque era novidade.

      As pessoas normalmente achavam que eu usava drogas, em especial a maconha, que diferentemente de hoje em dia, era discriminada pelas pessoas e proibida pelo Estado. Eu nunca entendi muito bem porque as pessoas achavam isso de mim, não entendia qual era o problema de rir um pouco mais se isto faz tão bem, ou se falar lentamente (digo, mais pausadamente e com entonação mais suave) não é melhor para pensar no que irá dizer,ou que tocar músicas não eram a melhor coisa a fazer seja qual fosse a hora, e ter sono não pode ser algo normal, fruto de ir dormir tarde e acordar cedo e viajar 250km toda semana.

      Ter cabelo grande era fora de moda, mas mesmo assim eu tinha, não era muito grande mas também não era curto, eu queria que ele fosse mais bagunçado e duro, mas fui abençoado (segundo alguns, para mim era mais uma maldição) com um cabelo liso. Minhas roupas, oras... eu sempre gostei de xadrez e coisas assim, mas quando comecei a usar realmente, isso virou moda, modinha, e até me sentia meio mal de estar na moda, mas isso não importa porque era legal se sentir meio indie-folk, apesar de não ter nenhum estilo.

      Eu lia livros, de tempos em tempos, nunca conseguia pegar um bom ritmo constante de leitura, sempre variava de dias à semanas e à meses para terminar um livro, eu desejava ter lido mais livros. Mas eu escrevia bastante (Não que a quantidade tenha melhorado a qualidade, porque eram idiotas), tinha um blog de política em que de tempos em tempos, bem raramente, eu escrevia alguma coisa que estava acontecendo, nada que mudasse algo ou fizesse a diferença, apenas um textinho bobo analisando alguma situação escrota da política nacional, que hoje graças a Deus mudou.

      Mas esse é o resumo, anos nesse estado catatônico de indiferença. Às vezes viajava com a escola ou algo assim, nada que se sobressaísse ou fosse fora do normal, era bom de viver, mas não é bom de contar, não vivi tudo isso para contar, não tenho o que contar na verdade. Não tenho lembranças que parecem mais estorinhas de contos de fadas ou então fábulas vividas que sempre contém uma "moral da história" que pode ser transmitida para os outros (especialmente filhos e netos), é só isso, uma vida normal, tediosa e nada especial, redundante e parada, mas que até que foi legal de ser vivida e sinto muita saudade daqueles tempos.

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