domingo, 8 de maio de 2011

Epopéia do Começo dos Bons Tempos

     Finalmente indo ver do que se tratava. Estava extremamente ansioso e eufórico, tinha ótimas expectativas pelo que havia conversado pelo Twitter e MSN, a troca de ideias e semelhanças, tudo bem diferente do que normalmente acontecia.

     Desde de dentro daquele onibus que tratava com desprezo pela relativa falta de conforto e pela longa e desnecessária rota, eu já estava feliz como consequência da ansiedade, uma ansiedade otimista e isso transformou a viagem em um calmo e feliz passeio. Fui mais cedo do que devia, e por isso tive que esperar bastante. A única coisa que podia fazer era escutar música ou tocar música, com meu violão que realmente era o único apetrecho útil e legal que carregava.

     Passava-se a hora da chegada, mas nada... já estava no ponto de encontro e a ligação não se completava, mas insiti e consegui finalmente contato, soube que estavam para chegar em breve. Aquele local de alimentação de péssima qualidade mas que mesmo assim incitava certo desejo por causa da propaganda, nem prestava atenção direito, só me desligava e pensava nos possíveis desfechos do dia e como era algo extremamente incerto, havia muito campo para a imaginação correr.

     Sentado num banco, óculos escuro e camisa verde, violão em punho e sendo usado. Pessoas passavam, as vezes pensava que podiam ser elas, mas passavam reto. Até que de longe vi duas meninas, provavelmente eram elas, na verdade eu tinha uma certeza. Fingi que não vi, seria melhor me dar por desligado do mundo, certas pessoas acham isso legal, eu acho isso legal. Elas param, e falam oi... com certa apreensão, afinal creio que não havia uma total certeza de que era eu, mas eu sabia que eram elas. E podendo perceber melhor quem elas eram, atras dos óculos escuros que também vestiam. Uma roupa casual e bem legal.

     Mesmo assim fiz um cumprimento bem tímido. Ficamos lá por pouco tempo, fomos então para um banco na praia. Daquela semana cansada, na verdade nem havia feito nada para ficar cansado além de dormir pouco. Mas sentia um sono, na verdade não chegava a ser sono, mas sonolência.

     A conversa de verdade começa, trocando informações óbvias e fáceis, infelizmente não havia como entreter direito, não era engraçado, e só sabia canções simplificadas de músicas que nem eram tão apreciadas e famosas. Então, Help! I Need Somebody! Foi difícil me convencer a fazer isso, afinal minha voz é horrível e sou um pseudo-violinista. Isso é uma Loucura! Tchuruchuchuchu

     Naquele Pseudo-Shopping, tomando um suco de maracujá, um dos melhores que ja tomei, simplesmente pela compania. As risadas rolavam soltas, nem importava o que as causava, mas eram muito boas. E naquela mesa de bar a céu aberto que estava fechado, mas não impedia que três adolescentes sentassem para apreciar sua bebida não-alcóolica que trazia muitas sensações.

     Andando pela avenida daquela cidade que só me trazia boas lembranças e laços se fortaleciam. Paramos em um ponto, em um pico. Do lado da venda de jogos crackeados e óculos falsificados, ali sentamos e novamente conversando, tocando. Tocando flauta improvisando, uma familia de passagem elogiou. Mas aquele sono batia muito forte, e tão forte que me sentia entorpecido, preguiçoso e nem queria pensar, e aquele momento estava tão bom que parecia realmente um sonho, só podia ser um sonho. Mas estava com medo, que isso levasse a conclusões erradas, porque nem eu nunca havia visto tanto sono em uma só pessoa, talvez fosse apenas psicológico.

     E o dia chegando ao fim, era hora de ir. No ponto de ônibus, na frente de uma feira de frutas, perto de uma escola e igreja. Tirando conclusões e soltando opiniões, que viriam a soar hipócritas depois, mesmo não sendo totalmente. Ah mas os ônibus passavam e a despedida era adiada, nunca era realmente aquele. E no final vocês tiveram que sair, um abraço triplo em conjunto. Tchau

     Mas............. eu ainda pensava, dentro do ônibus. Será que era possível ter uma tarde tão perfeita como aquela? Ah e ja tinha acabado, mas parecia que não, e até hoje ainda parece. E pensava, ok... finalmente achei pessoas para me divertir de verdade, sem precisar fazer nada além de ter um violão e um espaço para se sentar. Porém estava temeroso para saber se elas haviam se divertido tanto quanto eu (Com certeza não), acho que não é possível, porque no final não deve ter sido muito especial, foi normal, mas foi bom e isso que é o mais legal e torna tardes normais em tardes especiais.

     E sabia que enquanto pudesse ter tardes como aquelas, minhas semanas e meses seriam felizes e só disso precisaria para continuar vivendo bem. E o melhor, agora percebo o quão guardadas as lembranças desta tarde estão, e que agora só de me lembrar posso ficar feliz com a nostalgia, mas triste com a saudade.

"You'll be happy and wholesome again
When the city clears and sun ascends" M & S


Eu sei que epopéia é para POEMAS, mas eu precisava colocar esse título mesmo nesta prosa.

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