sábado, 7 de maio de 2011

Devaneio Igualitário

     Liberté, égalité, fraternité. É um bom lema para a vida em sociedade. Agora tento aplicar isso comigo mesmo. Internamente esses conceitos não são totalmente exercidos, principalmente o de igualdade, porque meus julgamentos sempre são desiguais e vejo as pessoas de forma estratificada, quando elas deveriam ser iguais, não físicamente nem mentalmente, mas simplesmente como seres-humanos e que sendo semelhantes, agem, pensam e sentem de forma semelhante. Ah, mas eu ja aplico isso, só não com todos, mas ao menos faço com a maioria. E a minoria, qual o problema dela, porque não faço com ela?

     A minoria sou Eu mesmo, eu não me trato com igualdade, nem fraternidade. Mas não seria uma baixa auto-estima ou menosprezar de minha parte sobre mim. A explicação é leviana e provavelmente não sei como consigo me satisfazer com ela. A simples causa é de que, reconhecendo que os egos alheios são iguais ou extremamente semelhantes ao meu, eles merecem a mesma atenção que dou ao meu. É racional uma pessoa ser egoísta e egocêntrica, afinal ela é a única que sente e tem seu Ego, seria irracional cuidar dos egos alheios se eles não lhe afetam. Ah mas não sei, não sei de nada, porque não consigo. Dizer que todos são egoístas e egocêntricos é errado. Todos precisam alimentar seu ego (Seja com orgulho, prazer, amor, etc) mas nem todos fazem disso uma parte central da vida, posso afirmar que a maioria faz, e quando digo maioria, é uma maioria extremamente expressiva, que esconde totalmente a boa minoria. Mas eu, eu não consigo me julgar, me colocar em uma dessas categorias, pois tudo que faço é de certa forma inercial, então vou com os bois da maior manada, só por conveniência.

     Mas o ponto chave, é que eu não trato todos os Egos com igualdade, porque menosprezo o meu, e ao fazer isso, sou injusto comigo mesmo. E mesmo que eu quisesse, minha capacidade de julgamento é limitada demais para poder "fazer justiça", como poderei afirmar que certa pessoa merece ou não minha ajuda, que nem ao menos ajuda de fato, e muitas vezes atrapalha. Não posso ajudar a todos, então como poderei administrar o pouco de ajuda disponível que tenho para ajudar, quem será o juiz que definirá? Esse juiz só pode ser eu, mas eu não sei julgar e nem quero, mas também não quero ficar com essa ajuda estagnada para mim ou para ninguém, quero ajudar mas não sei como.

     Poderia ajudar apenas a mim, focar tudo isso em mim, mas acho que a melhor ajuda é não ajudar. Ainda tenho que entender como equalizar tudo isso e me considerar igual aos outros.

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