terça-feira, 3 de maio de 2011

Devaneio Sentimental

Escrito: 08/04/2011

    Tenho pensado pouco. Tentado perceber que sentimentos foram feitos para serem sentidos e não compreendidos e explicados, pois no final tudo que se pode extrair deles é apenas a sensação, nada sobra direito... nenhum tipo de informação adicional ou explicação lógica. Se ver bem, a vida é uma simples sensação na existência e ao que tudo indica...dela nada levaremos

    Mas se for assim e que tudo acaba um dia, porque nos damos o trabalho de sentir algo bom? Trabalhamos, gastamos nosso tempo para ter boas sensações e felicidades, não é possível simplesmente sentir isso o tempo Todo? Não

    Mas enfim, é bom sim, não importa o quanto você pense que vai passar uma hora e que é muito difícil conseguir, você vai atrás da felicidade. Eu não quero ser um depressivo feliz, a depressão traz felicidade para alguns, não sei como... mas traz. E para mim a depressão é algo muito depressivo, que me suprime e me faz escrever textos ridículos sobre ela mesma.

    Durante um bom tempo não tive motivos para infelicidade, a única coisa que acontecia comigo era a ausência de felicidade, que mesmo assim ja era algo muito bom... porém agora, agora mudou... agora estou num estado de exceção neutra que se auto-define se eu não tomar a decisão, decisão que não cabe só a mim mas afeta só a mim. Sempre chegamos a um ponto aonde podemos escolher ganhar mais ou perder tudo, as vezes é opcional... mas desta vez é compulsiva e obrigatória, não tenho escolha, ou vou ganhar mais ou vou perder muito, e a ausência de um meio-termo me incomoda demais.

    Apesar de colocar meus sentimentos de forma subjetiva e confusa, de forma a parecer que não sei nem do que estou falando... só demonstro o medo que tenho de alguém até tomar conhecimento da situação atual, pois tal conhecimento pode afetar a reação desta situação atual na situação seguinte (espero que seja positiva). Este texto não tenta explicar nada mais do que aquilo que eu estou sentindo, por isso não há motivos para tentar se extrair algo dele, afinal ninguém se importa de verdade, duvido que eu mesmo me importe de verdade. Eu faço isso (escrevo esta bosta) por mim mesmo, ajuda de certa forma a extravasar todas estas frases que ciclam infinitamente na cabeça.

    O tempo é bom, tudo esta indo bem, estava... pode ir melhor, muito melhor ou muito pior, tudo é possível e grande parte dele (das possibilidades) não dependem de mim, mas uma parte significativa depende e porque ao menos esta parte não se completa totalmente? Talvez uma preguiça conformada, pois o que depende de mim são apenas resultados, o processo em si não fará nada... Enquanto as outras pessoas detém os processos e os resultados que trazem felicidade, eu só detenho os resultados... sendo assim resultados geram picos e doses de felicidade, o que é bom. Mas nem tanto quanto um processo, que distribui isso de forma uniforme e ininterrupta, criando eras dentro da vida, eras de ouro ou de platina ou de algum metal desconhecido muito brilhante e colorido metálico.

    Então o que busco? Busco a paz e felicidade que as outras pessoas podem me dar, ja que só elas realmente conseguem fazer isso, nunca atingirei sozinho o grau de paz e felicidade que outros podem fazer por mim, queria poder ser autonômo nisso, mas talvez seja melhor assim... talvez eu possa fazer isso por alguém que requer e precisa do mesmo que eu e se essa pessoa puder fazer por mim também, viveremos então na paz e felicidade enquanto os dois quiserem. Mas se é melhor assim, nunca da certo. Ao menos nunca deu, mesmo eu nunca tendo tentado direito pois nunca tive ciência e oportunidade de tal, apenas algumas distrações que enganam e parecem reais. E quem disse que desta vez não é diferente? Ninguém, mas ninguém poderá dizer mesmo e não importa pois enquanto parecer real, será real, e depois se não for... deixará de ser, MAS ao menos enquanto foi real, foi realmente real e valeu a pena.

    O problema é que tudo no mundo mental, dentro da cabeça, parece funcionar de forma tão feliz e pacífica que dá vontade de se viver só ali e que ali fosse a realidade, mas não é... e nunca vai ser, nem queira que seja, pois isto caracteriza doença mental e ninguém em sã consciência quer entrar atirando numa escolinha.

    Devo aprender então a lidar com a realidade, pois ela estava aí antes de mim e de todos, e ela não aprende a lidar com ninguém, ela não se rende a ninguém todos nos rendemos a ela, mesmo aqueles que tentam transformá-la se renderam a ela antes de poderem mudar a situação. Esse sistema de acaso que deveria ser relativamente "neutro" tem me favorecido bastante, mas ele é muito limitado e o estágio em que quero chegar depende não do acaso mas da consciência dupla, uma consciência ou pensamento que esteja em sintonia um com o outro e assim os dois saibam do que se trata, seria muito bom. Seria como uma coincidência cósmica de dois seres que conseguem pensar e sentir, e o fazem da mesma forma e ao mesmo tempo e isso os deixa mais felizes e tal fato se repete até que se entre em um êxtase de felicidade, paz e harmonia.

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