A verdade dói, ilumina, esclarece, mata, salva, confunde, desvirtua, muda, acaba por equivocação. Mas e o oposto, a ignorância, a falta de informação? É uma benção? Sempre estive em conflito e duvida entre o poder "libertário" da verdade e a conveniência da ignorância.
Recentes episódios retrataram exatamente tal situação, e deles consegui boas conclusões que de certa forma encerram o conflito, mas não a confusão.
Percebi que a verdade limita mais do que liberta, a verdade limita. A verdade quando obtida limita o seu pensar, limita suas ações. Mas como e porquê? Simplesmente a verdade faz com que saiba o que é e o que não é, como é e como não é, qual é e qual não é, etc. Resumindo: Ela limita o objeto, o ser, o pensar, o agir, a percepção em geral. Saber de algo faz com que esse algo seja aquilo que você sabe, portanto não saber a verdade é manter as possibilidades do que aquilo é (pode ser), e no final isso não é nada mais do que a esperança, esperança é esperar que aquilo seja o que você quer que seja e no final a verdade pode destruir ou realizar tal desejo, no final a esperança não passa de um sentimento indeciso e a indecisão é fruto da ignorância.
E a esperança é simplesmente tudo quando não se tem nada, ou ao menos é algo quando se tem pouco. E quando não há esperança, você perde a motivação e sem motivação não podemos agir. Toda ação tem uma motivação. E toda reação tem uma ação, logo toda reação tem uma motivação e a reação por ser primeiramente uma ação, tem então uma dupla motivação.
A verdade nos limita, mas pode nos limitar, e normalmente o faz, para algo melhor, para fazer o certo, para entender, para ser feliz, para mudarmos a situação atual que pode melhorar. Mas uma verdade que nos limita à tristeza, ao sofrimento, z um sentimento ruim, seja pela incapacidade e prepotência, seja pela falta da esperança que ela causa. Esse tipo de verdade deve ser evitada, nesse caso a ignorância é um mal-bem necessário.
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