segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Os Primórdios da Aventura

        Começa como um desejo, ficando latente por meses, talvez anos. Torna-se uma alternativa, apagada e esquecida, para retornar só quando realmente puder. Semeando a ação, colheita futura há de brotar.

        Algo para contar, algo para fazer. Cansado da rotina, instaurada pelos dias que vem e vão, pelas semanas que passam, e você só reage aos compromissos. Uma hora a oportunidade se fecha, e mesmo enquanto aberta, talvez pareça difícil passar. E talvez tenha-se pouco tempo, hora do planejamento começar.

        No banho, dentro do ônibus, antes de dormir, os pensamentos fluem conforme a imaginação projeta o futuro, o futuro possível, como será, o que farei, a sequência, lá tudo flui perfeitamente, qualquer incômodo pode ser ignorado como uma possibilidade ruim.

        O futuro imaginado deve ser planejado, os mapas impressos, os preços estipulados, os cronômetros acertados. Improvisação consegue suprir as lacunas, mas deve haver uma linha, algo sólido para improvisar com mais chaces de sucesso.

        Mas sabe, seria egoísmo. Fazer só para mim, mas isso é algo que deve ser feito só para mim, não afetarei ninguém realmente. Certas coisas não precisam ser compartilhadas, e outras, como nesse caso, podem ser compartilhadas mais tarde, depois de usufruídas a sós.

        Viajar sozinho seria egoísmo. Viajar sozinho sem permissão dos pais, deixando-os preocupados e desolados pelo período da travessia, seria um tremendo egoísmo. Fazer o que, histórias egoístas sempre soam melhor. Viver histórias egoístas geralmente parecem melhores. Não deve tornar-se um costume, mas variar a vida faz parte de viver. Além disso, preocupar alguém é uma ação mútua, não é só culpa minha. É como um soco que só pode ser sentido se o alvo quiser.

        Hora de planejar. Dia 13 de janeiro de 2012, uma sexta-feira treze. Assim livro-me de qualquer culpa, culparei o azar por qualquer infortúnio, e o desprezarei se a empreitada for bem sucedida. Preciso coletar informações, programar eventos e escrever uma longa carta. Hora de começar a planejar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Coincidências ruins?

       As músicas perderam a magia inicial, os filmes não entretêm como antes, o céu desbotou do seu azul, o mar é só água, as árvores são paisagem, a paisagem é indiferente, as estrelas não passam de pontos luminosos, coisas bonitas são distrações, os dias são rotineiros, as horas passam normalmente, o tempo passa.

       Qual seria a causa? Pode ser o simples fato de que tais coisas se tornaram banais e não são mais especiais, já vivi bastante para enjoar delas? Ou é devido a falta de outras coisas que aconteceram ou deixaram de acontecer? Nesse ultimo caso seria difícil ter certeza, afinal pode ter sido apenas uma coincidência ruim.

       Mas um dia vou saber a resposta. =)

sábado, 17 de setembro de 2011

Quando a Inércia Ausentou

Continuação de: Quando o Pêndulo Cessou

       Tudo era branco, tudo era preto. O tempo passava rápido demais, o tempo sequer passava, o tempo não existia. Não se podia dizer a sucessão de pensamentos que não existia, nada podia ser observado, não havia sentidos para que a consciência pudesse perceber algo, mas nada existia, então mesmo que houvessem sentidos, eles estariam anulados.

       Aquilo era o nada, não chegava nem a ser um vazio, era um nada.

       E do nada, algo se formou. Não há como explicar. Talvez fosse simplesmente uma perturbação vinda de outra dimensão, algo assim. A inércia indicava manter o nada como nada, para sempre. Mas não foi isso que aconteceu.

       É estranho pensar na criação do tempo. Afinal não há como usar expressões como: "em um piscar de olhos", "ao longo de...". Só sabe-se que começou como um tique-taque espacial, que agora começava, podia-se contar 1, 2, 3, se houvesse algo para contar e algo para ser contado. Como não havia matéria, o tempo reinava sobre o nada, e assim não era tão poderoso. Do mesmo jeito que o tempo veio, a matéria veio, explodiu em mil pedaços, de alguma forma, espalhou-se pelo espaço que ela mesmo gerou.

       Existiam algumas leis, ninguém sabe quem as fez, ou o que eram de verdade. Elas permitiram que esses pedaços formassem corpos, celestiais. Esses corpos emitiam luz, outros não, todos se atraíam. Diversos agrupamentos foram formados. Era uma visão nebulosa, de diversos pontos luminosos, que iam do infinito até quem pudesse ver.

       Em um pequeno ponto, tão pequeno que é impossível comparar com qualquer coisa que conhecemos. É muito menor do que um grão de areia comparado ao sol, ou do ódio comparado ao amor verdadeiro. Neste pequeno ponto do universo, criou-se um potencial. Um pequeno planeta que tinha características que possibilitavam vida baseada em carbono, só faltava um centelha que desse vida a um conjunto de proteínas.

       Essa centelha se deu, ninguém viu como... talvez um raio. Talvez uma descarga, talvez tivesse vindo de outro pequeno ponto do universo, aonde esse processo já tivesse acontecido. Mas aconteceu, e assim, surgiu um ser novo nesse universo. A última palavra em complexidade material, a vida. Essa inovação talvez nem fosse a primeira a ser feita, talvez em outro universo, ou mesmo outra parte deste mesmo universo, já existisse a "vida". Porém ninguém havia patenteado esta invenção, ela estava livre para evoluir neste planetinha.

       Muito tempo se passou, nada de importante acontecia. A olho nu (se este já existisse) não daria para se ver nada... seria muito mais agradável e prudente admirar a imensidão do universo, as nebulosas que parecem mais aconchegantes do que o clima ácido de um planeta. Enfim, enquanto a vida evoluia, o universo só continuava, em sua simples inércia, guiada por suas leis.

       Enquanto isso, a consciência estava lá. Talvez tenha se ligado a algum objeto, um meteoro, algumas moléculas, mas nada disso podia aprazer todo o seu potencial, ela queria sentidos para sentir, queria lembranças para guardar. Nada disso podia ser feito enquanto se conectava e existia como simples materiais.

       Mas naquele pequeno ponto do universo a vida chegava a criar sentidos, podia começar a guardar lembrança, em pouco tempo talvez pudesse cumprir quase todos os potenciais desta consciência. Mas esta consciência ainda não estava ciente deste lugar, ia sem destino nem razão, atravessando todo o cosmos, simplesmente existindo.

       Formava-se então, dentro de um útero humano, um novo ser. Este novo ser já estava vivo, mas ainda não possuía uma consciência. Por meio do acaso, ou de alguma intempérie a consciência se fundiu neste novo ser. Agora ela estava condicionada, submetida, presa à ele. À deriva dentro de um caldo de emoções, sentidos e memórias que viria a ter. Ele nasceu. Era o final de todo um processo, o começo de outro.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando o Pêndulo Cessou


       O dia estava mais claro do que o normal. Os raios do sol se entrelaçavam entre a poeira que flutuava naquele cômodo mal-ajambrado. De certa forma desarrumado, por outro lado sujo, o dono certamente não tinha a organização de seu quarto como prioridade.

       Os olhos se abrem, as pupilas dilatadas diminuem até se adequarem à iluminação indireta do sol. Os feixes que passavam pela persiana semi-aberta aqueciam em faixas o lençol. O sujeito levantou num pulo ao perceber que estava acordado, lembrar quem era e o que tinha que fazer no dia.

       Seria um grande dia. Anos de pesquisas, o que seria um eufemismo para o trabalho de toda uma vida, todos concentrados no que resultaria deste dia. Livros grossos foram lidos de fio a pavio, outros escritos. A fórmula que este sujeito estaria prestes a atingir possibilitaria a vivência infinita, ele estava certo de que teria sucesso em sua empreitada.

       Arrumou-se sem perceber, estava a caminho da universidade, onde, em seu laboratório, estava sendo sintetizado algum tipo de elixir. Um líquido fosco, verde fluorescente escorria do funil que afunilava-se em algo do diâmetro de uma agulha, pingando pequenas gotas em períodos regulares. Em 13 minutos haveria quantidade suficiente para obter o efeito desejado, só bastaria ingerir e esperar a reação corpórea, que demoraria cerca de 5 minutos.

       Diversas contradições permeavam a teoria do sujeito. Diversos colegas alegaram insanidade, que sua pesquisa era totalmente fantasiosa, ele nunca conseguiria atingir seu objetivo. Mas ao contrário da opinião popular, ele estava totalmente crente de que, estando certo, conseguiria.

       Havia um único risco. Ao beber o "elixir da vida eterna", como apelidou sua invenção/descoberta de forma evidentemente não criativa, podia perder sua consciência. Tornar-se um zumbi reativo, que seria guiado totalmente pelos seus sentidos e emoções, não haveria no que pensar, não haveria escolhas a fazer, ele não estaria vivo, apenas existiria.

       Isto porque o elixir transportaria a consciência humana para um plano dimensional diferente, sendo assim indestrutível na sua dimensão original, pois só haveria uma conexão entre esta dimensão consciente com os sentidos e espaço físico da dimensão atual, mesmo que o corpo físico fosse esquartejado, a consciência ainda existira, só perderia seus sentidos e suas lembranças. Nesta nova dimensão não existiria tempo, apenas um espaço, e este seria completamente composto pela consciência do sujeito.

       Caso a conexão entre esta dimensão e a dimensão física do mundo se desfizesse, a consciência ficaria presa na dimensão. Sem nada, sem sentidos em que atuar, sem lembranças para rever. Seria uma existência infinita e indiferente, não haveria sentimentos, não haveria nada. Ele estaria morto, ele morreu, mas continuava existindo... Para sempre.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Esses últimos dias

        Eu andava ansioso mas temeroso, como seria? Os fones apenas me acalmavam. No final não foi nada demais, foi como outro dia na escola em que de repente coisinhas engraçadas acontecem, um sorriso, alguém comete uma gafe, todos riem. Alguns permanecem calados, claro, talvez não seja de sua natureza rir simplesmente com coisas fúteis e inconsequentes, mas sabe, a própria alegria consiste de tais coisas, desde que não humilhe ou prejudique ninguém, é importante encontrar diversão em coisas simples e pequenas. Não perder tempo com elas, mas aproveitar o tempo.

        Então as pessoas continuam, um lado para o outro, tem de cumprir suas responsabilidades, nem sabem mais se estão cumprindo para si mesmas ou para outras pessoas. Isso tudo é muito estranho, é uma espontaneidade forçada, é um estudo laborioso, não é um prazer libertário. Então continuo, sobrevivendo socialmente, pelos restos que deixam. Ninguém se importa. Porque deveriam?

        Fui comprar um sanduíche, ele estava muito bom. Então porque não viver de bons sanduíches? Não, eles engordam, logo depois alguém virá dizer: Hein, você está meio cheinho.
Sabe, na verdade e isso, as pessoas deviam ser sinceras, dizer o que acham das outras, talvez assim elas se toquem. É impossível não julgar, dizer o julgamento é opcional, mas o que realmente influencia uma atitude prepotente é a relação do julgamento. Se você sempre acredita que o seu julgamento é verdadeiro, você é preconceituoso e julgador, e a maioria das pessoas. Mas se você aceita o seu julgamento como uma impressão e não como uma verdade, você então se torna útil às outras pessoas, e talvez ele venha a se tornar verdade.

        Então os prazeres banais da vida, parar de comer, simples como um toque. Porque há tanta discussão sobre o assunto, é tão simples, pura força de vontade. Controle da mente sobre o corpo. Controle da alma sobre a mente. Acreditar que tudo acaba na extensão da matéria e da percepção é ser racional e realista, é não ter fé, é ser totalmente incrédulo. Talvez seja a forma mais próxima de atingir a verdade, mas não de atingir a felicidade. E os seres-humanos não foram feitos para coexistir com a verdade real, só com a verdade que querem acreditar, a mera ficção que lhes aparece como verdade e lhes satisfaz se for verdade, portanto deve ser verdade.

        Caminhando até a livraria, livros, conhecimento... expansão. Ler e aprender, ler para saber, ler para ser... E assim talvez quando pare para analisar, o que sou, possa dizer: Sou o que li, sou alguma coisa. Posso não ser eu mesmo, mas eu mesmo não sou nada, eu mesmo não passo de algo a ser alguém. Eu mesmo não existe.

Provas mínimas

        Deixar alguém passar na fila, ajudar alguém cuja bicicleta quebrou, procurar saber o que está errado, cessar a solidão por simples reconhecimento da carência. Talvez não agrade a todos em determinado momento, mas ao menos demonstram pequenas provas de que talvez haja esperança. Mas não contrapõem as provas máximas de que a crueldade, egoísmo e ódio são a base da humanidade.

Se sente bem?

       Sentir. É diferente de estar.

       Provavelmente estaria mais cofiante e certo se tivesse teses e conceitos em que me apoiar. Tipo sense datum ou solipsismo. Mas sabe, sou meramente um ignorante mediocre. Devo ver o mundo com as minhas limitações. E o que eu vejo. Um mundo baseado nos sentidos, um mundo aonde estar bem significa sentir-se bem. Ó, até faz sentido. Os sentidos tentam interpretar o ambiente e o que ele nos condiciona. Se nos sentimos bem, é porque o ambiente nos faz assim, e portanto há grandes chaces de estarmos bem.

       Mas existem tantas ilusões, tantas drogas, tantas distorções que fica difícil afirmar: Me sinto bem, logo estou bem.
Há um reducionismo, tão abrangente, aos sentidos. Porque realmente é uma das únicas formas "táteis" que temos entre o nosso ser e a realidade. Por que ela seria falsa? Por que me enganaria?

       Talvez não seja, talvez o mundo não passe daquilo que podemos sentir, e que tudo que podemos perceber é efetivamente tudo que existe. Mas acreditar nisso pode levar a uma estigmatização da diversão. A um senso de que sensações representam a realidade, sentimentos representam as relações. Não, são só impressões.

Alguém um dia disse...

Que todos sãos maus, não há bondade no mundo.
Que o mundo será sempre o mesmo, não há como mudá-lo.
Que ideais são coisas que colocam na sua cabeça.
Que tudo que você considera certo é relativo, e em outra época seria diferente.
Que o mundo foi feito pra você, use-o ao seu bel-prazer.
Que morrer depende do que você acredita e não há verdade quanto a isto.
Que nascer é o acaso se você quiser, não há o que fazer.

Que a mediocridade permeia a todos e pouquíssimos escapam dela, e provavelmente serei apenas outro a não conseguir.

E o pior: Talvez eles estejam certos.

domingo, 4 de setembro de 2011

Mais um Mês foi embora outra vez

       Parece que foi ontem que escrevia um post sobre o mês passando, fico impressionado que já tenha que escrever de novo e ainda estou atrasado cerca de 4 dias.

       Esse mês de agosto foi, vamos dizer, revigorante. Talvez tão bom quanto o de junho. Teve shows, passeios, novas pessoas e etc. Tudo normal. Mas só isso mesmo. Já passou, agora estamos em setembro, mês 9, já. Só faltam 3 meses para o final do ano, e aí, são 12 semanas, só doze semanas, como assim doze semanas, 2011 porque você fez isso? Só porque no começo você passava devagar e prazeirosamente, agora você deve passar como um jato?

       Ano que vêm, que merda, é o último ano da escola, como assim? Porque eu já tenho 16 anos, eu deveria ter 15, 15 para sempre.

       Idade é interessante, parece que não faz a diferença, são apenas números. Mas indicam algo, indicam seu tempo de permanência aqui, e isso pode lhe dar méritos, isto é... em tão pouco tempo você pôde fazer e ser tais coisas, que geralmente requerem mais tempo. Mas agora, sou apenas alguém de 16 anos, fazendo coisas de pessoas de 16, sendo alguém de 16 anos... Que mérito isso tem. Eu deveria ler mais, mas para quê? Simplesmente para receber algo parecido com: "Nossa você só tem 16 anos e já...balbaabalbalabla?". Não há muito sentido, o problema são as responsabilidades que se multiplicam sem demora, que sinto mesmo antes de recebê-las.

       É horrível essa coisa de o tempo passar. O único jeito de esquecer é estar feliz. Não que eu esteja triste, só não estou feliz.

Descontração em pensamentos aleatórios

        Ás vezes é bom ler um texto que não siga uma linha, não tenha começo, meio em fim... seja mais apenas meio, meio e meio. Não diga nada além do que quer dizer. Um texto que misture palavras e não se importe com o entendimento, mas apenas com o que quer passar. É estranho, mas é legal. Vou tentar fazer alguns, talvez.

sábado, 3 de setembro de 2011

Fases, Infância e Consciência

       Nunca pude perceber com tanta clareza como a vida é formada por fases diversas, como existe na linha do tempo pontos-chave que mostram uma mudança no comportamento e na vida em geral. As vezes por ações individuais, as vezes algo/alguém de fora que influencia na sua vida, e ela muda... as vezes um pouco, as vezes totalmente.

       Nunca pude perceber tanto como agora esse fenômeno, e isto se deve ao fato de que  minha infância e pré-adolescência parecem nebulosas, estranhas e delas não consigo determinar muito linhas de tempo, decisões importantes ou coisas que tenham alterado minha vida. Vou tentar explicar o que a infância e pré-adolescência são na minha memória.

       Sabe quando você lembra de um sonho? Você sabe o que aconteceu nele, sabe que você participou dele (era o protagonista) mas ainda assim não tem muita noção das coisas, as coisas não fazem muito sentido, você vê as suas ações e sabe que elas partiram de você mas não sabe muito porquê, parece que foi algo inconsciente, como se você não estivesse realmente no controle ainda. Então é assim que foi, eu sinto que a partir dos 15 anos mais ou menos, aconteceu algum tipo de revolução na minha cabeça e a consciência ganhou o controle total (?).

       Num período curtíssimo de alguns meses eu passei a ver tudo com tanta clareza, e tive noção de controle, percebi que minha ações afetam minha vida a curto, médio e longo prazo, e nunca tive tanta certeza em minhas decisões, porque mesmo quando tratava de algo incerto, ao menos eu sabia que a escolha era a mais consciente possível, uma certeza incerta. Esse sentimento de domínio sobre mim mesmo causou tamanha êxtase que ficava feliz apenas por estar consciente, sentia que controlava uma parte do mundo, que tinha em mãos algo pró-ativo e não reativo.

       Enfim, provavelmente mais revoluções acontecerão na minha cabeça, e eu só vou perceber que este sistema atual de consciência é maquiado, que não estou realmente no controle, apenas sinto que estou. Porém acredito que talvez o que aconteça não sejam revoluções, mas aprendizado, isto é... agora que o meu sistema consciente está no controle, basta ele ter informação e experiência para se tornar cada vez melhor e eficiente, os acertos de hoje serão os erros de amanhã, mas isso não indica uma falta de consciência, mas sim de informação e experiência.

       Só por poder contemplar tudo isso me sinto plenamente consciente, por contemplar minha consciência me sinto consciente. Mas não é só isso, minha consciência ainda está subjugada a outras influências, como desejos e etc... e destas influências nunca vou me libertar, e exatamente isso que faz de agir conscientemente um desafio constante, lidar com tudo isso.

       Então concluindo, quando ganhei a consciência, percebi que as fases são geradas por essas influências externas sobre a minha consciência. O modo como eu ajo varia enquanto o tempo passa conforme influências variam, então no final eu estou apenas reagindo, reagindo conscientemente, mas continua como um tipo de reação. O único ponto exclusivo é quando ações conscientes geram influencias sobre a consciência, então é a própria consciência influenciando a si mesma, sendo assim ela está agindo e não reagindo.

       Mas raro é o quando acontece esse ponto. A auto-disciplina é difícil e ineficiente, assim como decisões que mudem radicalmente o ambiente geralmente são avaliadas de forma inconsciência mas sob muitas influências externas e portanto no final tornam-se reações e não decisões, raramente há um livre-arbítrio não determinado, e se quiser radicalizar, o livre-arbítrio sequer existe, é tudo determinado.

       Mas prefiro acreditar que estou no controle, porque sinto estar, então ainda consigo acreditar nisso.

Declaração Corretiva: Formspring

       Venho só para dizer aqui minha opinião atual e tentar argumentar sobre a hipocrisia aparente mas não real.

       Alguns meses atrás postei minha opinião sobre algumas redes sociais, entre elas o formspring: http://devianismo.blogspot.com/2011/05/privacidade-estimula-socializacao.html

       Minha análise foi extremamente pequena e limitada, não soube avaliar todas as possibilidades e pontos.

       Portanto hoje, sendo usuário assíduo do formspring, declaro que considero-o uma ferramenta e rede social interessante e divertida. Mas não porque refuto meus argumentos anteriores (atacando o uso do formspring para fazer perguntas simples e idiotas, que deveriam ser feitas de modo privado e não aberto como nesta rede social), mas sim porque encontrei outros usos para ela.

       Além de poder ser usada para humor e sarcasmo, há também a possibilidade de expressar a opinião sobre fatos importantes ou interessantes. As perguntas mais simples e idiotas costumo responder com sarcasmo e raramente expresso minha verdadeira opinião, pois ainda acho que quem quer sabê-la deve fazer perguntando diretamente para mim.

       Viva o formspringles

Dia à Dia, Esquecer a Rotina, Dia à Dia

        Esta é uma temática que está demasiadamente presente, e com certeza cansada. Não há muito mais o que falar do sentimento "está passando". Porém ele continua presente e sem diminuir em intensidade.

        Descobri maneiras de combatê-lo:

        Agir de forma a esquecer a rotina, o que é a forma mais efetiva porém impraticável, é algo esparso que só pode acontecer de vez enquanto. Shows, pessoas, eventos interessantes não acontecem toda hora, mas quando acontecem fazem você esquecer o dia à dia, e isto dura por vários dias, mas depois passa e volta o sentimento.

        Agir de forma a aproveitar a passagem do tempo e não sentir que o tempo está passando, mas sim que está sendo usado. Talvez seja a maneira mais viável, porém no momento de agir a tendência é protelar ou não usar o tempo, apenas consumi-lo sem maiores consequências. Imediatismo. Ao menos se eu agisse desta forma ao sentir o tempo passando, teria prazer em contemplar o que fiz com ele. E como é inevitável o tempo não passar, talvez esta seja a maneira mais sensata.

        Ignorar, tentar ignorar, porque na verdade é difícil agir com indiferença à passagem do tempo, a contagem dos dias e tudo inerente a isso. Mas pode funcionar por certo tempo, funciona realmente. Se ocupar, distrair-se do tempo, é bom. O problema consiste caso isto mude, e de um momento para o outro você torne-se ciente ao tempo, e assim provavelmente lamentará não ter escolhido a opção anterior e agora é tarde demais, ou precisará de muito mais esforço para compensar.

        Fixar objetivos prazerosos, felizes e atrativos. Algo que sirva de combustível e faça com que você de certa forma deseje o tempo passar, se renda à rotina como forma de meio ao fim desejado, e não veja problema no dia à dia... tentando moldá-lo de forma a tornar o fim melhor ainda. O difícil é achar tais objetivos, é quase impossível auto-impô-lo, geralmente será algo vindo de fora para com você.

        Enfim, preciso tentar colocar em prática um destes meios.

Tensão?

        Apenas ressaltar que revendo as últimas postagens do blog, constatei que houve uma ligeira fixação em determinado clima-tema, e também muitas citações direcionadas. E penso que posso ter talvez assustado (?) minha única leitora, pelas declarações que fiz e direcionei.

        Enfim, não há nada com se preocupar. Do mesmo modo como você (sim esse você é muito estranho, porque eu sei com quem estou falando, é com a única pessoa que lê isto aqui, e mesmo assim acho tenso, e acho que deve ser pior ainda para quem lê) me disse que usava o blog para extravasar certos sentimentos e pensamentos que lhe afligiam momentaneamente e que nem causavam tanto dano a vida quanto as postagens faziam parecer, estou utilizando no mesmo método.